Atual presidente dos PSDB,
o senador Aécio Neves (MG) teria recebido dinheiro de propina de contratos de
Furnas, afirmou Alberto Youssef, nesta terça-feira (25), em depoimento na
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. O doleiro falou a parlamentares durante
a acareação com Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da
estatal, que também citou irregularidades entre os tucanos, mais
especificamente em relação a uma de suas ex-lideranças.
“Fui procurado na época pelo senador Sérgio Guerra e pelo
deputado Eduardo da Fonte”, disse Costa, citando o ex-presidente tucano, morto
em 2014, que teria recebido dinheiro para abafar investigação da estatal
em 2009. “Tiveram, se não me engano, três reuniões, e depois foi pago pela
Queiroz Galvão esses R$ 10 milhões para que a CPI naquela época não
prosseguisse.”
Youssef, por sua vez, reafirmou o que já dissera antes
sobre a suposta propina paga a Aécio. “A questão de Furnas, eu fiz anexo e
está lá”, acusou ele. O deputado Jorge Sola insistiu. “Confirmo por
conta do que escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e eu era
operador dele”, enfatizou o doleiro.
Anastasia
Youssef foi questionado a respeito de um suposto repasse para o senador Antonio
Anastasia (PSDB-MG). Segundo ele, um montante foi enviado a Belo Horizonte, mas
ele não soube precisar se o destinatário seria de fato o senador mineiro.
“Mandei, sim, dinheiro para Belo Horizonte, mas não fui eu
que fui lá entregar. A mim não foi dito que era para o Anastasia, mas quem foi
lá entregar foi o Jaime Careca, só ele pode dizer para quem ele entregou. Eu
mesmo recebi um endereço e o nome e mandei ir lá entregar. E esse nome, eu me
lembro muito bem, não era Anastasia, tinha um outro nome e um endereço. Fiz
inclusive uma notificação ao STF justificando esse depoimento do Jaime
(Careca)”, afirmou o doleiro.
Em nota, o PSDB disse que “as referências feitas ao
senador Aécio Neves são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que
possam minimamente confirmá-las”.
“Não se tratam de informações prestadas, mas, sim, de ilações
inverídicas feitas por terceiros já falecidos, a respeito do então líder do
PSDB na Câmara dos Deputados, podendo, inclusive, estar atendendo a algum tipo
de interesse político de quem o fez à época”, cita a nota.
“Na declaração feita hoje, diante da pressão de deputados do
PT, Youssef repetiu a afirmativa feita meses atrás: de que nunca teve qualquer
contato com o senador Aécio Neves e de que não teve conhecimento pessoal de
qualquer ato, tendo apenas ouvido dizer um comentário feito por um terceiro já
falecido.”
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