A vacina contra a covid-19 em desenvolvimento na
Universidade de Oxford, no Reino Unido, será testada em pacientes no Brasil. O
procedimento foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), na terça-feira (2), em edição extra do Diário Oficial da União.
De acordo com órgão, para a realização de qualquer
pesquisa clínica envolvendo seres humanos, os laboratórios precisam,
necessariamente, de autorização dos CEPs (Comitês de Ética em Pesquisa) ou
da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa).
"Os estudos iniciais não clínicos em animais e os
estudos clínicos de fase 1 em humanos para avaliar a segurança da vacina foram
realizados na Inglaterra e os resultados demonstraram que o seu perfil de
segurança foi aceitável", explicou a agência em nota oficial.
A vacina, que nesta semana entrou na terceira fase de
testes clínicos, será aplicada em pelo menos 10 mil pessoas em todo o mundo. No
Brasil, segundo o Ministério da Saúde, os testes serão iniciados ainda neste
mês e as doses administradas em 2 mil voluntários que não tiveram contato com o
novo coronavírus, em São Paulo e no Rio de Janeiro, os dois estados que
concentram o maior número de infectados.
No estado paulista, o CRIE (Centro de Referência
para Imunobiológicos Especiais), da Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo), será o responsável por conduzir os estudos clínicos, que contam com o
apoio financeiro da Fundação Lemann.
Dentre os mais de 70 imunizantes em desenvolvimento
atualmente em todo o mundo, este é considerado o mais avançado e também dos
mais promissores. E à frente da testagem na Escola de Medicina Tropical de
Liverpool está uma brasileira, a imunologista Daniela Ferreira, de 37 anos,
especialista em infecções respiratórias e desenvolvimento de vacinas.
A aposta nesta vacina é tão grande que, mesmo ainda longe
de aprovação, o produto já está sendo produzido em larga escala. “Passamos da
fase um para a fase três em apenas dois meses”, diz a brasileira. O objetivo é
ter já o maior número possível de doses prontas para distribuição assim que o
produto for aprovado, evitando um possível novo atraso na proteção da população
mundial.
A vacina de Oxford parte de estudos que já tinham sido
feitos para a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grade) e a Mers (Síndrome
Respiratória do Oriente Médio), também causadas por coronavírus. Por isso, a
segurança da substância já havia sido parcialmente testada, o que permitiu que
o processo fosse um pouco mais acelerado.
Fonte: Portal Correio.
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