Apesar de as eleições já terem passado, a votação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2011 voltará a provocar acirramento entre governo e oposição. A emenda de redução do percentual de remanejamento pedido pelo governo de 15% para 5%, proposta pelo deputado estadual Fernando Mineiro (PT), divide opiniões na Assembleia Legislativa (AL). Os parlamentares que apoiam o governador Iberê Ferreira (PSB) deverão votar a favor da proposta de Mineiro. Já os deputados que votaram na governadora eleita Rosalba Ciarlini (DEM) se manifestaram contra.
O propositor da emenda que reduz a margem de remanejamento do governo disse que acredita na aprovação da proposta por unanimidade. Mineiro lembrou que os parlamentares reduziram a suplementação do governo nos últimos anos e disse que seria incoerência agir diferente agora. "Foi assim nos últimos anos. Será que agora, por causa da mudança de governo, os deputados vão mudar a postura adotada? Acho que vão manter a posição, por coerência. Por isso, confio na aprovação por unanimidade", reforçou.
Em contrapartida, o deputado estadual José Dias (PMDB), principal defensor da redução do remanejamento no governo do PSB, adiantou, em entrevista ao Diário de Natal, que vai defender a manutenção da margem pedida pelo atual governador ou a ampliação do percentual. "Minha posição é política. Não é ideológica. Fui contra a margem de remanejamento para o governo passado porque não confiava na gestão. Se eu pudesse, daria zero de margem. Mas agora, para 2011, é diferente", declarou.
José Dias enfatizou que, na votação do orçamento, optará pela manutenção do texto enviado pelo governo, no que diz respeito à suplementação, porque confia no destino que Rosalba Ciarlini dará à verba. O parlamentar argumentou que a democrata precisará de uma maior suplementação para adequar a proposta do OGE elaborado pelo atual governador às suas prioridades. "O orçamento foi feito pelo governo que está acabando. Claro que o governo novo precisa fazer mudanças. Defendoum remanejamento que atenda às necessidades da nova gestão", reforçou.
O deputado estadual Paulo Davim (PV), membro da equipe de transição escolhida pela governadora eleita, também se posicionou favorável a um percentual alto de suplementação para a nova governante. "Em vez de tentar adequar o orçamento aos planos da governadora eleita, é melhor deixar uma margem para que ela mesma faça as adequações as quais julgue necessárias", sugeriu o pevista.
Fonte: Diario de Natal
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