A dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação do Rio Grande do Norte (SINTE/RN), Fátima Torres, criticou ontem o
posicionamento do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que disse
reconhecer que o reajuste de 22,2% no piso nacional do magistério é elevado e
que algumas prefeituras terão dificuldade com as novas folhas de pagamento.
Mercadante fez ainda um apelo a professores e gestores
municipais para que busquem o entendimento e evitem paralisações. "É
preciso equilíbrio, responsabilidade. Os professores têm que ajudar para que
isso seja absorvido e para que não haja retrocesso", disse.
As palavras do ministro não agradaram os representantes da
categoria que mantêm um indicativo de greve. "Ele não venha inventar moda,
porque o reajuste do piso está na lei", enfatizou a dirigente, reclamando
que se o Estado brasileiro quer educação de qualidade, precisa investir.
"Se isso não acontece, o piso e a Educação são duas farsas", detonou.
Para ela, é hora de os governos deixarem de ver a educação como despesa.
Ontem, Fátima e outros representantes do Sinte estiveram na
sede da Secretaria de Educação, protocolando novo ofício pedindo audiência com
a secretária Betânia Ramalho, que, desde o dia 20 de agosto do ano passado, não
recebe os sindicalistas. "Não me irritei, mas achei estranho o governo ir
à imprensa dizer que vai pagar o piso, sem conversar com o sindicato, que é a
representação legítima dos professores. Anunciar pela imprensa é uma decisão
autoritária", criticou Fátima Cardoso, se referindo ao anúncio da
governadora Rosalba Ciarlini de que vai pagar o piso.
O novo piso foi anunciado na última segunda-feira, 27, e
elevou o salário dos professores com 40 horas semanais de R$ 1.187,00 para R$
1.451,00. O valor estipulado para este ano acompanha o aumento do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) de 2011 para 2012,
conforme determina a legislação atual.
Fonte: Jornal de Fato
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