Mais
nove meses de seca no Nordeste. Essa é a previsão de institutos de
meteorologia, que mostram que a escassez de chuvas está no início e deve
continuar até o próximo ano. Há a possibilidade de que o período de estiagem se
iguale às secas de 1983 e 1998, que foram as maiores do século passado.
Em relato ao G1,
o pesquisador e responsável pela Divisão de Operações do Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), José Antonio Aravéquia, informou que a temperatura da água do Oceano Atlântico
permaneceu mais baixa que o normal nos últimos meses, o que não favoreceu a
evaporação e a concentração de umidade sobre o Nordeste, o que resultaria em
chuvas. O fenômeno La Niña, que provoca chuvas, influenciou somente em áreas da
Região Norte.
Em algumas
áreas, como o sudeste da Bahia, a seca já é a pior das últimas décadas, segundo
o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do
Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre. A tendência da estiagem,
segundo Nobre, é aumentar. O período de chuva acabou em abril.
Nobre explica
que a zona de convergência intertropical, que leva chuva ao Nordeste,
afastou-se para o meio do Atlântico e interrompeu de forma abrupta o inverno
nordestino. Em 1998, o fenômeno deixou a região no início de abril. Este ano,
afastou-se do continente no mesmo mês. Nobre ressalta que o vilão de secas
anteriores, o fenômeno El Niño, não está influenciando. "O El Niño,
provocado pelo aquecimento da água do Pacífico, começa a se formar. Se perdurar
até fevereiro ou março, a situação complica", disse o pesquisador ao G1
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