Os alunos da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) correm o risco de perder os dois
semestres que estão programados. A greve dos professores e técnicos
administrativos já dura 40 dias, e de acordo com o reitor da instituição,
Milton Marques, caso até o dia 1° de julho nenhuma solução seja tomada, será
solicitado o cancelamento do semestre 2012.1, o que por consequência afetaria o
2012.2, que estava previsto para começar ainda este ano.
O prazo para a
conclusão dos semestres é de até março ou abril do ano que vem. Caso a greve se
estenda, ficará difícil cumprir com o calendário letivo. Se isto vier a
acontecer, o Conselho da UERN deverá se reunir para tentar procurar uma
solução.
Apesar de a
universidade correr o risco de paralisar as atividades por todo o ano, Milton
Marques afirmou acreditar que até o final desta semana um acordo será tomado
pela categoria e governo do estado. "O pleno deverá tomar uma decisão em
relação a greve, e alguma coisa deverá ser definida", afirmou.
O presidente da
Associação dos Docentes da Uern (Aduern), Flaubert Torquato, atribui a culpa da
possível perca dos semestres ao governo do RN. "Está nas mãos do governo.
Eles não querem negociar. Mandamos um documento semana passada e não recebemos
resposta. Tem que tomar uma decisão rapidamente. Da parte dos professores temos
convicção que estamos agindo com a razão", explicou.
A Secretária de
Educação do Rio Grande do Norte, Betânia Ramalho, disse que não poderia dar
nenhuma declaração sobre o que o reitor da Uern afirmou porque ainda não
conversou com ele, mas prometeu novas informações até o final da tarde de hoje.
"Não tenho nenhuma declaração dar. Tenho que conversar com Milton Marques
para me informar. Estava viajando, mas vou tentar conversar com ele ainda
hoje", informou.
O estudante do
segundo período de Medicina da Uern, Aurélio Dantas, disse que apesar de
reconhecer a importância do movimento dos professores e técnicos, a falta de
resposta mostra que a greve não está rendendo o esperado.
"Tenho total
consciência da importância da greve dos docentes, no entanto, esse tipo de
mobilização não está rendendo resultados, já que, o governo não abre espaço
para negociações. Os alunos, como principais afetados, estão correndo o risco
de perder o semestre e consequentemente atrasar o curso. O calendário ficará
muito apertado, não haverá finais de semanas livres e as férias ficarão
totalmente irregulares. Sem contar o fato de que algumas matérias serão
ministradas às pressas apenas para cumprir a carga horária", comentou.
Fonte: Jornal de Fato
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