Cerca de 800 professores concursados e recém-convocados
pelo Governo do Estado estão sem receber salário desde março, quando começaram
a dar expediente nas escolas públicas. Hoje totalizam 100 dias do efetivo
exercício do cargo. Eles fazem parte de um contingente de educadores aprovados
no concurso público realizado no ano passado pelo Governo, para diminuir o
déficit de professores nas escolas da rede estadual. Outro problema é que
eles não assinaram o termo de posse no cargo, ou seja, dizem que oficialmente
não são servidores do Estado do Rio Grande do Norte.
Hoje pela manhã, uma comissão que representa o grupo dos professores foi à
Secretaria Estadual de Educação (Seec), no Centro Administrativo, em Lagoa
Nova, tentar uma audiência com a secretária Betânia Ramalho. “Eram 3.500 vagas
no concurso. Convocaram mil, e cerca de 800 apareceram. Como oficialmente não
tomamos posse, não temos vínculo, nem matrícula. Diariamente vamos dar aula,
mas está difícil pagar transporte, alimentação, nossos compromissos financeiros.
Alguns de nós somos casados”, disse Herbert Alexandre Vieira dos Santos,
professor de História que ensina na Escola Estadual João Fernandes Machado, em
Ponta Negra.
Os professores vão receber o salário retroativo, mas estão incomodados porque não
sabem quando isso vai acontecer. Fica difícil fazer dívidas e programar
compromissos financeiros. “Viemos aqui porque desde o final de março não temos
nenhum auxílio financeiro. A publicação saiu em 17 de março no Diário Oficial,
providenciamos a papelada e começamos a dar aula no final daquele mês. Agora a
situação começa a ficar complicada”, acrescentou Herbert.
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