A forte estiagem que castiga o Semiárido nordestino e os
vales do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e do Mucuri, no Espírito Santo, tende
a se agravar, por causa da instabilidade climática no Oceano Pacífico, que
sugere possível manifestação do fenômeno La Niña, com redução das probabilidades de chuva no
Nordeste nos próximos três meses.
A notícia foi dada pelo
climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lincoln
Muniz Alves, durante audiência pública nesta terça-feira (6), na
Comissão de Agricultura da Câmara, para discutir as consequências da seca na
situação socioeconômica dos 1.315 municípios da região, dos quais 1.275 foram
afetados significativamente, de acordo com mapa do Banco do Nordeste (BNB).
O superintendente de Políticas
de Desenvolvimento do BNB, José Rubens Dutra Mota, disse que a situação “é de
desolação” em quase todo o Nordeste, onde a produção agrícola caiu 22% em
relação ao ano passado e o nível dos reservatórios de água estão abaixo de 38%,
além das perdas relevantes de animais. Panorama que, segundo ele, afeta
diretamente em torno de 10 milhões de pessoas.
Para aliviar um pouco esses
efeitos, Mota disse que o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) criou
linha de crédito emergencial no valor de R$ 1,5 bilhão, com foco principalmente
nos pequenos produtores rurais. Do total, foram contratados R$ 1,189 bilhão até
a semana passada, mas há demanda maior que a verba prevista, com base nas
propostas em carteira, principalmente da agricultura familiar.
O representante do Ministério
da Integração Nacional, Miguel Ivan Lacerda, da Secretaria de Programas
Regionais, disse que “nunca se construiu tanta cisterna como neste ano no Semiárido
nordestino”, onde foram instalados 25.852 reservatórios para consumo familiar.
Como todos que participaram da audiência, ele reconhece que “a seca mexe com a
vida das pessoas”, mas ressaltou que “a pobreza tem diminuído” em todos os
estados do Nordeste.
Fonte: Padua Campos
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