Liberdade de expressão é
um dos elementos mais caros à democracia liberal e moderna. Do ponto de
vista das grandes organizações de mídia, ela se traveste no conceito ideológico
da liberdade de imprensa.
Uma liberdade de
imprensa que represente a liberdade de expressão é fundamental à vivência
democrática. Mas estamos longe de vivermos isso no mundo contemporâneo.
No fim de maio,
logo de comecei a publicar as informações acerca do #Caixa2doDEMnoRN, recebi
uma ligação interessada no tema por parte de um repórter do jornal O Globo.
Era uma sexta-feira e eu estava em Salvador. O repórter informava
que iria a Goiânia no fim de semana cumprir pautas relativas a Cachoeira, mas
aprofundaria a matéria na semana seguinte.
Imaginei que os
poderosos do RN poderiam derrubar a pauta. Por isso, calculei que tornar
público o interesse de um representante da grande imprensa poderia preservar as
chances de publicação da matéria.
Ledo engano.
A pauta foi
derrubada. Semanas depois, fui informado de que a pauta foi derrubada
devido a uma ação deliberada do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB).
Consultei o repórter que disse que iria apurar. A informação nunca
foi negada.
Falei sobre o fato neste
post de 7 de junho passado.
No domingo passado,
voltei a falar com o mesmo repórter. Seu interesse: a participação do
próprio Henrique Alves nos esquemas desvendados pela Operação Assepsia.
Ali, temos a ação clara de Cláudio Varela, identificado como lobista de
Henrique. Cláudio articula um encontro entre Henrique e Tufi Meres.
Tempos depois, o próprio Tufi relata em e-mail ter se encontrado com
Henrique Alves para acertar a administração do Hospital da Mulher em Mossoró.
Por quatro meses de contrato, a Associação Marca de Tufi Meres recebeu R$ 16
milhões.
O repórter conduziu
sua apuração na segunda-feira. No fim da manhã, mandou-me um SMS: “Vamos
dar a matéria amanhã”. Henrique havia negado qualquer contato com Cláudio
Varela – que, segundo consta da investigação, teria um cargo no Ministério da
Previdência – e, mesmo diante do e-mail de Tufi Meres, negou ter se encontrado
com o dono da Marca.
A matéria não saiu.
Ontem pela manhã o
repórter se disse puto e que iriam colocar ao menos no online. Depois
explicou tratar-se de um mal entendido. “Vamos torcer para que saia amanhã”,
disse.
E novamente não
saiu.
Um colega da grande
imprensa me disse dias desses que Henrique Alves não tem envergadura para se
blindar. Não estou bem certo. Pelo menos no caso de O Globo.
A experiência mostra um placar de 2 a 0 em favor de Henrique.
Mas uma vez o
jornal derrubou uma pauta desfavorável ao deputado.
Mesmo o veículo do
colega que afirmou faltar envergadura para que Henrique fosse blindado não se
dispôs a fazer a pauta – ainda que tenha considerado relevante.
A esperança que
resta é o foragido Tufi Meres.
Segundo informações
que circulam, cansado de fugir Tufi estaria disposto a abrir o bico para o
Ministério Público num acordo de colaboração premiada. Se Tufi falar pode
derrubar a cúpula do PMDB – aqui e no Rio de Janeiro. Aguardar se o que dizem a
respeito das intenções de Tufi Meres se confirma.
Fonte: Blog do Daniel Gomes via http://www.cartapotiguar.com.br
Fonte: Blog do Daniel Gomes via http://www.cartapotiguar.com.br
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