Candidato favorito para presidir a Câmara dos Deputados
daqui a três semanas, com o apoio do Palácio do Planalto, o líder do PMDB,
Henrique Eduardo Alves (RN), é acusado pelo Ministério Público Federal de
enriquecimento ilícito numa ação de improbidade administrativa. Há dois meses,
ele conseguiu adiar decisão sobre a quebra de seu sigilo fiscal e bancário, bem
como de suas empresas, por meio de recurso judicial. Desde 2004, o MPF sustenta
que o peemedebista manteve ilegalmente milhões de dólares fora do País.
Em 19 de novembro, o Tribunal
Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), com sede em Brasília, acolheu
recurso dos advogados de Alves para determinar à primeira instância que
aprecie, antes da continuidade da ação, se houve prescrição do caso e também se
o processo estaria lastreado em provas ilícitas. Os autos correm sob segredo de
Justiça na 16ª Vara Federal em Brasília. Na ocasião, o processo estava na fase
de especificação de provas que as partes pretendiam produzir, momento em que o
Ministério Público havia pedido a quebra do sigilo do peemedebista.
A ação baseia-se em
informações reveladas no processo de separação judicial de Henrique Eduardo
Alves e Mônica Infante de Azambuja. Ao pleitear uma pensão alimentícia maior em
relação à que Alves se dispunha a pagar, ela o acusou de manter ' US$ 15
milhões em contas bancárias não declaradas no exterior.
As acusações da ex-mulher do
deputado foram encaminhadas pelo promotor que atuou no caso da separação aos
colegas do Ministério Público Federal, que propôs a ação de improbidade, diante
da suspeita de "evolução patrimonial incompatível com a renda de
parlamentar".
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