As entidades ligadas à agricultura potiguar não sabem quantos animais morreram na seca de 2012
O Banco do Nordeste (BNB)
liberou até o dia 31 de dezembro do ano passado, R$ 135 milhões dentro do
Programa Emergencial para a Seca no Rio Grande do Norte. Deste total, apenas R$
17,7 milhões (13,1%) foram para pequenos e médios produtores que não estão enquadrados
no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e que
detém boa parte do rebanho no estado. Segundo o banco, os pequenos e médios que
não vivem da agricultura familiar responderam por 543 das 17,5 mil operações de
crédito realizadas desde que o crédito foi liberado até o dia 31 de dezembro.
A classe produtora
considera o volume insuficiente e estima que mais de 25 mil famílias vivam da
pecuária no estado. Boa parte delas, perdeu gado em função da seca. O resultado
é a queda na produção de leite e a elevação do preço dos derivados. Entre janeiro
e setembro de 2012, o RN industrializou 15,2 milhões de litros. O volume foi
14,4% inferior ao industrializado no mesmo período do ano passado e o menor dos
últimos cinco anos para o período.
Para Júnior
Teixeira, presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc), o
cenário seria diferente se os pequenos e médios, que respondem por boa parte do
rebanho no estado, tivessem mais acesso ao crédito. "Segundo dados do
IBGE, cerca de 25 mil famílias vivem da pecuária no RN. Suponhamos que 10 mil
famílias não se enquadrem no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar. Se cada uma tivesse acessado R$ 35 mil dentro do Programa Emergencial
para a Seca (média do que foi acessado pelos pequenos e médios), o valor
emprestado para este segmento teria chegado a R$ 350 milhões no RN. Se só 5 mil
não se enquadrassem no Pronaf e tivessem acessado este valor, o montante
emprestado teria chegado a R$ 175 milhões - mais do que o liberado pelo banco
para todos os segmentos afetados", calcula Júnior.
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