O anúncio do reajuste salarial dos professores do Estado,
direcionado no início do ano pelo Ministério da Educação, não satisfez a
necessidade da categoria que é contratada pela Secretaria de Estado da
Educação. A razão não é pela taxa de aumento em si, que concedeu quase 8% de
reajuste, mas pelos outros questionamentos de interesse dos profissionais que
continuam sem resposta. Segundo informou o Sindicato dos Trabalhadores em
Educação Pública (Sinte/RN), a última audiência realizada com a secretaria de
Educação foi em agosto do ano passado.
Desde então que os pedidos de
uma nova audiência são constantes, mas o sindicato não consegue uma
oportunidade para discutir a situação da categoria. “A gente vem tentando
discutir o Plano Estadual de Educação desde esse tempo e não temos sequer um
retorno por parte da secretária Betânia Ramalho. Diversas diretrizes do plano
devem ser abordadas, assim como questões da falta de estrutura das escolas e do
projeto pedagógico”, disse Fátima Cardoso, coordenadora geral do Sinte/RN.
Segundo Fátima, constantemente
representantes do sindicato vão à secretaria para saber do pedido de audiência,
“mas as únicas respostas que eles nos dão é de que a secretária não está no
local ou ainda não foi sinalizada nenhuma audiência”.
“Há direitos previstos em lei
que são negados, como aplicação de um terço da jornada para estudos e
planejamentos de aulas. Ainda segundo a
sindicalista, é preciso realizar uma revisão do Plano de Cargos e Salários dos
professores, que desde 2010 não é analisado; melhorar a gratificação dos
diretores de escolas e revisar projetos de lei de gestão democrática. “No ano
passado demos uma trégua para que o governo entendesse por si só que precisamos
de melhorias e resolvemos não recorrer à greve. Mas neste ano pode ser
diferente. Dia 18 de fevereiro realizaremos uma assembleia e não descartaremos
o indicativo de greve”, afirmou Fátima.
Em nota divulgada para a
imprensa, o Sinte/RN alegou que a secretária precisa demonstrar mais humildade
e tratar o conflito como parte de uma ação democrática. “Se essa indiferença
continuar ela pode receber o título da arrogância e prepotência pela comunidade
escolar”, alerta a coordenadora do sindicato.
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