Policiais levam computadores e documentos da casa de Elias Fernandes
A casa do ex-deputado estadual Elias Fernandes Neto,
localizada em Petrópolis, zona Leste de Natal, foi um dos alvos da
"Operação Cactus", deflagrada ontem pela Polícia Federal e pela
Controladoria-Geral da União (CGU), que investigam fraudes em repasses federais
para municípios cearenses através do Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (Dnocs). Além da capital potiguar, os policiais federais também cumpriram
mandados de busca e apreensão em Brasília, Aparecida de Goiânia (GO) e em mais
20 cidades do Ceará.
Elias Fernandes pediu exoneração da diretoria-geral do
Dnocs em janeiro do ano passado. Ele ocupava o cargo desde 2007, porém decidiu
deixá-lo depois de denúncias sobre um suposto favorecimento do Rio Grande do
Norte nos convênios para ações contra desastres naturais do Departamento. De
acordo com uma reportagem publicada à época no jornal "O Globo", de
47 projetos, o RN teria sido beneficiado com 37. À época, apesar de afirmar não
ter cometido irregularidades, o ex-deputado optou por sair do cargo alegando
não querer provocar uma crise política entre o PMDB e o governo Dilma Rousseff.
Fernandes entregou o pedido de exoneração ao ministro Fernando Bezerra Coelho,
da Integração Nacional, Ministério ao qual a autarquia é subordinada.
No total, a Operação Cactus cumpriu 62 mandados de busca e apreensão nas 23
cidades. Através de nota, a Polícia Federal confirmou que a ação tem o intuito
de desarticular organização criminosa especializada em desviar recursos
públicos transferidos pela União, mediante convênios e contratos de repasses.
Cinco policiais federais cumpriram o mandado na casa de Elias Fernandes. Eles
deixaram o local carregando um malote que, segundo o próprio ex-deputado,
continha um computador e documentos que foram recolhidos em sua residência, entre
eles um orçamento do Dnocs. Além dos cômodos do imóvel, também foram
vasculhados os dois carros que estavam na garagem, um Nissan Tiida e um Toyota
Corolla, mas nada foi apreendido nos automóveis.
Elias Fernandes afirmou não saber do que tratava a operação da Polícia Federal,
mas disse que desconfia que tenha relação com alguma investigação acerca de
convênios do Dnocs. "Os agentes informaram apenas que se tratava de um
mandado expedido pela Justiça do Ceará", contou. Fernandes explicou sua suspeita
alegando que o Departamento é o único vínculo que ele tem com o estado
cearense. "Tendo sido expedidos pelo judiciário de lá, acredito que tenha
alguma relação", pontuou.
Tribuna do Norte
0 comentários:
Postar um comentário