O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande
do Norte (Sinte/RN) voltou a reunir a categoria de professores e funcionários
da educação estadual em um momento considerado como “parada de advertência”
contra o Governo do Estado. “Governadora, não leve a categoria à greve.
Negociação já!”, dizia a frase exposta durante ato político realizado na manhã
desta quinta-feira, na Praça Gentil Ferreira, no Alecrim. A pauta de
reivindicações do sindicato foi entregue à chefe de gabinete do Gabinete Civil,
Elisângela Janine Silva, no último dia 4 deste mês.
Dentre os problemas apresentados no ato, os manifestantes colocaram a
realidade das escolas em discussão, pontuando situações incapazes de sustentar
a educação de qualidade. “Como sempre, nós queremos sensibilizar os governantes
para que a qualidade de ensino seja alavancada nas escolas da rede estadual. Os
filhos dos gestores não estudam em escola pública, por isso eles não sabem da
realidade”, disse Sérgio Ricardo, um dos sindicalistas que falaram à população
que trafegava pelo bairro do Alecrim.
O professor Leonardo Sinedino, educador na Escola Estadual Alfredo Pegado,
em Mãe Luíza, relatou a situação em que mais de 400 alunos estudam diariamente.
“Nós não temos coordenação pedagógica, os problemas na estrutura física são
visíveis, os alunos não têm uma área onde possam brincar, a merenda é sebosa e
falta até água”, disse. Segundo Leonardo, que não é sindicalizado, a escola
sequer passou por uma reunião pedagógica antes de iniciar o ano letivo.
Reajuste salarial
O diretor de Organização do Sinte, Francisco de Assis Silva, disse que o
Governo do Estado não concedeu reajuste salarial à categoria. Segundo ele, os
76% que o governo apresenta como reajuste nos últimos anos nada mais é do que a
“correção do Piso Salarial Nacional”. “Ou seja, não houve reajuste. Se o
governo tivesse apresentado um salário maior que o Piso, até poderia alegar o
reajuste. Mas eles apenas corrigiram”, afirmou.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Educação realizará uma
paralisação em todo o Brasil, prevista para acontecer entre os dias 23 e 25 de
abril. No estado, o Sinte realizará uma assembleia no dia 26 de março, onde
serão definidos os rumos do movimento no RN. “Vamos avaliar o quadro
geral do estado e aquilo que o governo está apresentando na mídia – mas que não
apresentou oficialmente à categoria – e, assim, ponderar como será a
repercussão da paralisação nacional no estado”.
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