O flagelo da seca não devasta somente o rebanho bovino e
a produção agropecuária no Rio Grande do Norte. Milhares de famílias que
dependem da ajuda nutricional do Governo do Estado, através do Programa do
Leite, estão sendo prejudicadas pela redução da produção do laticínio que,
entre os meses de dezembro de 2012 e fevereiro de 2013, sofreu uma queda na
oferta específica ao Programa, da ordem de 43,8%, segundo dados do Instituto de
Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RN), em relação ao volume inicialmente
contratado que era de 155 mil litros de leite. Em dezembro do ano passado, o
Governo distribuiu 105 mil litros por dia. Em janeiro deste ano, a entrega caiu
para 102 litros/dia e, em fevereiro, para 87,9 mil litros/dia. Mas, o total
distribuído pode estra sendo, agora em março, ainda menor.
Dados do Sindicato dos Produtores de Laticínios
(Sinproleite/RN), a redução de março é a maior já registrada, com a entrega de
somente 38,70% do montante acordado com o Governo do Estado. Este percentual
corresponde à distribuição de 60 mil litros de leite, diariamente. Os
produtores que resistem às dificuldades ocasionadas pela estiagem reclamam da
falta de subsídios governamentais à produção que ainda resta, e ressaltam que
estão afogados em dívidas contraídas para o financiamento da produção.
As despesas não conseguem ser liquidadas em decorrência dos baixos valores
pagos pelo Governo por cada litro do produto pasteurizado, apontam os
produtores. Uma das soluções encontradas pelos criadores cujos animais não
morreram de fome ou sede foi vendê-los. Isto reflete diretamente no número de
famílias atendidas pelo Programa do Leite.
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