Em meio à
maior seca em 50 anos, o Nordeste busca em Israel, país referência na
convivência com escassez de água, tecnologias para enfrentar a estiagem. "Lá
em Israel chove muito menos do que no semiárido brasileiro, e a técnica de
irrigação por gotejamento foi a solução", disse Sheila Sztutman,
consultora econômica de Israel no Brasil.
Há lugares em Israel onde chove menos de 100 mm por ano, enquanto
no semiárido brasileiro as chuvas vão de 200 mm a 800 mm/ano. Na irrigação por gotejamento, a água é aplicada diretamente nas
raízes das plantas, inclusive com fertilizantes, o que diminui o desperdício.
O governo
do Ceará fecha detalhes para sediar uma fazenda-modelo de Israel. O objetivo é
transferir tecnologia para produtores rurais brasileiros, adaptando os equipamentos à realidade local. Será a segunda fazenda-modelo do tipo em todo o mundo. A primeira foi implantada na Tailândia.
O terreno de 1.500 hectares do governo onde funcionará a fazenda-modelo fica em Quixeramobim, cidade do sertão a 216 km de Fortaleza. A ideia é que o projeto, de custo ainda não definido, comece a ser implantado neste segundo semestre.
Bahia e Ceará também estudam o uso de tecnologias israelenses para tratamento de água, como estações móveis. No caso do Ceará, a iniciativa ainda esbarra na liberação de recursos federais.
O
país do Oriente Médio também usa estufas com ambiente controlado para cultivo,
e seu sistema de gestão de águas monitora com rigidez perdas em tubulações.
"Enquanto no Brasil há Estados com 25% de perda de água no
sistema, em Israel, quando esse índice chega a 2%, aciona-se um alarme para
correção", disse Sztutman.
Segundo a Adece (Agência de Desenvolvimento do Ceará), que
coordena a parceria, outras tecnologias agrícolas israelenses também deverão
estar presentes na fazenda-modelo, como pecuária leiteira (genética e
alimentação) e aproveitamento de energias renováveis na produção.
A Folha
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