Uma jogada
política que mais parece um “golpe” para garantir o apoio de um partido a um
governo estadual que sofre com o enfraquecimento de sua base aliada. É assim
que pode ser classificada a ação do deputado federal Betinho Rosado, que nesta
sexta-feira (27) anunciou que vai presidir o PP com o objetivo de garantir o
apoio da sigla a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, cunhada dele, em
2014.
“No meu novo
partido, tenho duas certezas: irei comandá-lo a nível estadual e estarei
apoiando a reeleição da Governadora Rosalba Ciarlini”, afirmou Betinho
confirmando a “jogada” política. Mas por que isso poderia ser classificado como
“golpe”? Primeiro, porque o apoio que Betinho pretende garantir é, justamente,
à gestora do DEM, partido que ele acabou de anunciar a desfiliação, alegando
discriminação política.
Segundo, porque
a ida dele para o PP parece ter como únicas explicações a garantia da manutenção
desse apoio e, também, evitar a “mudança de lado” de deputados atualmente da
base governista, como Ricardo Motta (presidente da Assembleia Legislativa),
Raimundo Fernandes e Vivaldo Costa. Os três já estavam “apalavrados” com o PP e
a ida deles para a sigla significaria a confirmação do rompimento com a base
aliada do Governo Rosalba.
Afinal, o atual
presidente do PP no Rio Grande do Norte, o vereador de Natal Rafael Motta,
filho de Ricardo, já havia revelado para o portalnoar.com que são pequenas as
chances do partido continuar na base do Governo Rosalba no próximo ano, uma vez
que a insatisfação dos aliados no interior do Estado é “muito grande”. Rafael
Motta, por sinal, parece ser o maio prejudicado da “rasteira” de Betinho.
Desde que
assumiu a presidência do partido no início do ano, Rafael Motta conseguiu não
só saneá-lo financeiramente, como também articulado a união da sigla no
interior do estado (visitando vários municípios do interior do RN) e, até,
atraído para o partido, parlamentares estaduais como esses já citados e também
Kelps Lima (que já é oposição ao Governo do DEM). Agora, vê o esforço de alguns
meses ser transferido para o deputado federal, para insatisfação de outros
filiados.
Isso porque
apesar de ser uma liderança no interior do Estado, sobretudo na região de
Mossoró, a ida de Betinho para o PP representa um prejuízo para a filiação (que
já haviam sido anunciadas) de outros parlamentares estaduais. Ricardo Motta,
Raimundo, Vivaldo Costa estavam indo para o Governo, justamente, porque já
demonstravam a insatisfação com o Governo e não devem aceitar continuar na base
aliada no Governo.
Espaço na
Câmara
A articulação
que fez Betinho Rosado ir para o PP ocorreu em Brasília, onde a cúpula do
partido já buscava, há um bom tempo, um nome que representasse o aumento de
cadeiras da sigla na Câmara Federal. O problema dessa “cadeira” ser a de
Betinho, no entanto, é que ela pode durar pouco tempo. Por ter saído do DEM sem
a autorização do partido e da Justiça Eleitoral, ele deve perder o mandato por
infidelidade partidária. Isso faria com que ele tivesse que recorrer a um cargo
no primeiro escalão do desacreditado Governo Rosalba para não ficar “esquecido”
até as eleições de outubro de 2014, quando deverá tentar voltar a Casa
Legislativa.
Portal no Ar
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