A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) começa a apresentar
sinais de recuperação. Ela tem cumprido agenda positiva pelo interior do Rio
Grande do Norte, visitando e inaugurando obras. Uma clara demonstração de que
tem interesse em disputar a reeleição.
Se Rosalba vai conseguir seu intento, não se sabe. Mas o
certo é que a governadora evidencia que, diferente do que pensam seus
adversários, não está “morta” politicamente.
Depois do rompimento político do PMDB, seu principal aliado,
Rosalba começou a desenhar meios de externar que a decisão não a teria abalado.
E mais: pelas decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), com relação
à liberação de recursos para o governo potiguar, a governadora ganha fôlego
novo, pois terá reforço de R$ 2 bilhões para ações administrativas.
E é justamente esse fator que vem impactando e minimizando os
efeitos da crise pela qual passou a administração estadual. Rosalba Ciarlini
sabe perfeitamente que não pode mais continuar por reforço ou apoio do PMDB.
Ela também tem ciência que a hora é de, como se diz no
popular, dar a volta por cima. E tem aproveitado a indecisão peemedebista sobre
candidatura própria ao Governo do Estado para tirar proveito da fase negativa
da oposição: o PMDB, embora tenha rompido e tenha a tese de candidatura
própria, não tem nomes ao Governo do Estado.
O PSB segue também na mesma linha. O PSD, do vice-governador
Robinson Faria, não é ameaça e não tem robustez política para uma campanha
majoritária.
Tudo isso remete à ideia de que a governadora compreendeu que
o cenário começa a lhe ser favorável. Até porque, até agora, Rosalba ainda não
tem adversário que possa ameaçar seu projeto de reeleição. E, embora não tenha
conseguido reerguer o Estado (as finanças, as quais, segundo ela, foram
deixadas destroçadas pela gestão anterior), Rosalba sabe perfeitamente que tem
condições – embora com dificuldades – de se apresentar como opção em 2014. A
começar no Oeste e Alto Oeste, regiões visitadas por ela nos últimos dias e
onde recebe manifestação de apoio. Principalmente no município de Luiz Gomes,
onde a população sofria com a falta d’água e cujo problema foi sanado por meio
de um sistema adutor viabilizado pelo atual governo.
Mas isso não basta. Até porque cidades como Luiz Gomes
representam pouco diante da capital do Rio Grande do Norte, que se apresenta
com um contingente superior a 800 mil eleitores. Contudo, apesar de ser o maior
celeiro eleitoral do Estado, Natal não ultrapassa o interior, que é onde
Rosalba tem focalizado suas visitas. Além disso, as obras de mobilidade urbana
à copa de 2014 são trunfos que a governadora guarda e os quais poderão ser
utilizados. É preciso lembrar que a copa ocorrerá em pleno período da campanha
eleitoral.
PMDB
está de olho no reduto eleitoral de Rosalba
De principal aliado a adversário, o PMDB é o único partido
que ameaça a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini. Contudo, seus
principais nomes não estão dispostos à candidatura majoritária. O ministro da
Previdência Social, senador licenciado Garibaldi Alves Filho, tem insistido na
tecla de que não irá para o “sacrifício” e pediu para que seu nome fosse
esquecido. O presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, está de olho
na renovação do mandato e na consequente recondução ao comando da Casa.
Por enquanto, o PMDB está sem nomes, mas pode recorrer à
velha guarda. E é aí que entra o ex-governador e ex-senador Geraldo Melo. Ele,
inclusive, foi indicado pela cúpula peemedebista para elaborar o projeto que o
PMDB pretende apresentar em 2014 e poderá, a partir dessa indicação, ser o
escolhido.
Assim sendo, o PMDB precisa recuperar alguns celeiros tidos
como importantes. Dentre eles está o município de Mossoró, que se apresenta com
cerca de 200 mil eleitores. E a filiação da ex-prefeita Fafá Rosado, que deixou
o DEM, é uma prova de que os peemedebistas estão de olho no principal reduto
eleitoral da governadora Rosalba Ciarlini.
A filiação de Fafá Rosado amanhã, às 17h, na Câmara Municipal,
deverá ser marcada por recados certos e endereçados à governadora. Não por ela,
que já declarou que não romperá com Rosalba. Mas a situação dela ficará
complicada. Em tese, o PMDB, rompido com Rosalba, exigirá que a ex-prefeita
mossoroense se engaje no projeto majoritário peemedebista. E é aí que o
problema começa. Como Fafá vai trabalhar contra Rosalba em Mossoró?
Apesar do rompimento e caso o PMDB não consiga emplacar nome
capaz de derrotar Rosalba, a tendência é que os peemedebistas trabalhem em prol
da reeleição dela. E esse apoio viria por meio de uma candidatura fraca e sem
expressão. Para isso se concretizar, Rosalba teria que se recuperar totalmente
e se apresentar com potencial eleitoral consistente e capaz de derrotar seus
adversários, entre eles o PMDB e o PSB, da ex-governadora Wilma de Faria.
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