O feriado estadual do dia 3 de outubro é uma
homenagem aos mortos durante dois massacres. Um ocorrido na Capela de Nossa
Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, no município de Canguaretama, e o
outro na Comunidade Uruaçú, em São Gonçalo do Amarante.
No total, 151 pessoas foram cruelmente assassinadas por soldados holandeses e
índios. O massacre ocorreu em 1645 e teve como destaque as figuras do Pe. André
de Soveral e o camponês Mateus Moreira, que teve o seu coração arrancado pelas
costas, enquanto repetia a frase “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.
Em maio de 2000, o Papa
João Paulo II Beatificou os Mártires de Cunhaú e Uruaçu como exemplos de
fé cristã e defensores da igreja Católica. Nesse mesmo ano, o Governo do
Estado,em resposta à uma solicitação da Arquidiocese de Natal decretou o
feriado de 3 de outubro. A lei que originou o feriado no Estado é de
autoria do deputado José Dias. Aprovada pela Assembléia Legislativa e
promulgada pela então governadora Vilma de Faria, foi publicada no Diário
Oficial do Estado no dia 7 de dezembro de 2006.
Hoje a Igreja Católica celebra a memória dos
Mártires de Cunhaú e Uruaçu. Em alusão à data é feriado estadual na
segunda-feira.
Caravanas de fiéis de todos os recantos da Arquidiocese
se dirigirão para Uruaçu objetivando participar das festividades.
No território da Arquidiocese de Natal existem quatro Paróquias dedicadas aos
Mártires. Em todas serão realizadas atividades para comemorar a data.
Outras versões
Primeira versão
Existia um povoado chamado "Engenho Potengi"
que vivia onde hoje é atualmente o município de São Gonçalo do Amarante.
Segundo registros, esse povoado pertencia a Estevão Machado de Miranda, cuja
família, bem como os habitantes do povoado, resistiam aos ataques dos
holandeses.
O povoado foi vítima dos holandeses que quiseram impor o seu domínio militar, além da sua cultura e sua religião. Não aceitando a imposição dos holandeses, estes fizeram um verdadeiro massacre matando todas as famílias (cerca de 70) do povoado.
Esse massacre ficou conhecido como "Massacre de
Uruaçu" como momento ímpar de resistência, de fé e de defesa dos
princípios de liberdade.
No ano de 1698, os holandeses afastaram-se do
povoado e começaram a chegar os primeiros grupos de exploradores, vindos
de Pernambuco. Entre eles, os portugueses Ambrósio Miguel de Sirinhaém e
Pascoal Gomes de Lima, que chegaram ao povoado no ano de 1710, instalaram
suas famílias nas proximidades do rio Potengi, na vizinhança do antigo e
histórico Engenho Potengi que deu início a organização do novo povoamento.
Foram esses portugueses que construíram dois sobrados e uma capela em homenagem
a São Gonçalo do Amarante, com a imagem do santo padroeiro esculpida em pedra e
colocada imponentemente no altar.
Este massacre é narrado em detalhes em uma carta
de Lopo Curado Garro.
Segunda versão
Três meses depois, em 3 de outubro de 1645, aconteceu
outro martírio, no qual 80 pessoas foram mortas por holandeses, entre elas, o
camponês Mateus Moreira. Segundo ficou registrado por cronistas da época, ele
teve o coração arrancado pelas costas. O massacre aconteceu na Comunidade
Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante, distante de Natal 18 km.Em 16 de julho de 1645 o padre André
de Soveral e outros 70 fiéis católicos foram cruelmente mortos por centenas de
soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis participavam da missa
dominical na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município
de Canguaretama, no litoral sul potiguar. Os holandeses eram calvinistas e
teriam promovido o massacre por intolerância ao catolicismo.
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