Nesses 62 dias da greve da
Polícia Civil, o Rio Grande do Norte já contabiliza 183 homicídios, uma média
de três por dia, contando a partir do dia 6 de agosto até esta segunda-feira
(7), sem que as investigações sejam encaminhadas. Apesar da paralisação, as
delegacias têm feito a abertura dos inquéritos, mas todos esses crimes não
estão sendo investigados, porque não há equipes, de agentes e escrivães, à
disposição dos delegados de Polícia Civil. O número de homicídios é do setor de
Estatística da Secretaria de Segurança e Defesa Social (Sesed) que, por meio do
Instituto Técnico-Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN),
publica diariamente os dados no seu site.
Os policiais civis já têm
o maior movimento de greve de sua história. Hoje é o 62º dia de paralisações
sem um acordo com o Governo do Estado. E não há nenhuma sinalização de que os
dois lados se entendam, o que pode piorar ainda mais a situação da violência
potiguar.
Ontem o Sindicato
dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (Sinpol-RN) voltou
à Governadoria para tentar mais uma rodada de negociações com a governadora
Rosalba Ciarlini. Na semana passada, o Governo sinalizou que iria conversar com
os sindicalistas, mas isso não aconteceu. Quem “ganha” com isso é a violência.
“Hoje são 61 dias de greve e não houve mais contato por parte do Governo e
estamos esperando isso. São 61 dias de greve e, sem investigações, o crime
aumentando em todo o Estado”, afirmou ontem pela manhã o presidente do Sinpol,
Djair Oliveira.
O sindicalista
lembrou ainda que a greve mais longa até então havia acontecido em 2010, quando
os policiais civis cruzaram os braços por 57 dias. O mais grave, como disse
Oliveira, é o fato de as investigações brecarem com a paralisação dos agentes.
Nesses 62 dias de paralisação, os locais de homicídios estão sendo vistos pelas
equipes das delegacias de plantão, que colhem as primeiras informações e
posteriormente encaminham os casos às DPs distritais. Contudo, quando chegam
aos respectivos delegados, os inquéritos param.
Fonte: Tribuna do Norte
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