O caju processado pode substituir o milho, o sorgo ou o farelo de trigo, em proporções que variam de acordo com o tipo e a categoria do animal. A Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, no Ceará, em parceria com outras instituições, desenvolveu tecnologias e processos para a produção de ração balanceada, utilizando o caju. O pesquisador José Carlos Machado Pimentel aponta vantagens para a utilização do caju na formulação de rações balanceadas, como boa aceitação e digestibilidade. Tanto o caju in natura como o bagaço de caju devem ser secados ao sol. Após passar por uma máquina forrageira, o material deve ser revolvido, triturado e armazenado em local seco e protegido, para evitar o desenvolvimento de fungos.
A orientação do pesquisador Machado Pimentel oferece alternativas para produção da ração. “No caso de ovinos, por exemplo, o caju entra com 23% na composição da ração”, explica Machado Pimentel, acrescentando que a produção de ração à base de caju pode ser vista como mais uma oportunidade de negócios dentro da cadeia produtiva. “Essa atividade pode contribuir para a implantação de pequenas agroindústrias, que podem utilizar como matéria-prima os resíduos de outras indústrias e o desperdício no campo, diminuindo também os impactos no meio ambiente”, finaliza.
A sustentabilidade e a competitividade do agronegócio dos ruminantes passa, necessariamente, pela diminuição dos custos de produção. Em vários sistemas de produção de animais, a alimentação é responsável por mais de 40% dos custos. Dentro desse enfoque, a pesquisa tem investido na busca de ingredientes que aliem qualidade nutricional, preços acessíveis e disponibilidade. Resíduos agroindustriais e perdas nas áreas de plantio de frutas podem se transformar em alternativas viáveis para compor rações balanceadas para ruminantes, especialmente ovinos e caprinos.
Com teores adequados de proteína, carboidrato e de minerais, o caju é mais usado in natura ou como subproduto da indústria de sucos. “Como a safra de caju se concentra na época seca da Região Nordeste, que é o período de baixa produção de volumosos para ruminantes, a utilização dos subprodutos do processamento do caju ou do próprio pedúnculo na alimentação animal pode se tornar uma boa opção”, afirma o pesquisador José Carlos Machado Pimentel.
Fonte: Nordeste Rural
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