Na flacidez de nomes do PMDB para o Governo do Estado,
embora o núcleo político-familiar Alves afirme e reafirme que terá candidatura
própria em 2014, a vice-prefeita de Natal e ex-governadora Wilma de Faria (PSB)
vai, com habilidade, ocupando os espaços da oposição.
Ao ir à televisão para lembrar
ao telespectador-eleitor que o PSB sempre fez oposição ao governo Rosalba
Ciarlini (DEM), a socialista desqualificou os outros partidos como sendo de
oposição, que até pouco tempo estavam na base do governo, no caso PMDB e PR, e
puxou para ela a bandeira de legítima adversária da governadora.
A socialista, no duro, está
abrindo os braços para não ser engolida.
É que o PMDB iniciou costura
para viabilizar o seu projeto, eliminando a participação do PSB de Wilma, que
passou a ser o principal adversário do PT, aliados do PMDB, em nível nacional.
Dessa forma, os Alves passaram a trabalhar a formação de uma chapa majoritária
com o PMDB lançando candidato a governador; PT ao Senado, que seria a deputada
Fátima Bezerra; e o PR, o vice-governador, com o nome de João Maia.
Sobraria para os aliados a
formação de um chapão à Câmara dos Deputados, em que Wilma seria escalada. A
socialista, como todos sabem – e ela não pede reservas –, deseja a disputa
majoritária, de preferência o Senado Federal.
Daí, Wilma abriu uma
dicotomização na oposição, levantando a bandeira de legítima adversária do
Governo, como forma de construir um palanque onde o seu projeto seja a
prioridade.
Dessa forma, é possível
imaginar uma candidatura de Wilma ao Senado, com o vice-governador dissidente
Robinson Faria (PSD) saindo a governador. Ou a própria Wilma candidata ao
Executivo, como segunda hipótese, dependendo da avaliação do governo na hora
das definições.
Concretizando-se essa
hipótese, a sucessão estadual teria três palanques, com o PMDB dos Alves
conduzindo a segunda alternativa da oposição e Rosalba candidata natural à
reeleição.
Como se pode observar, a
sucessão estadual navega em alto-mar, com altos e baixos, e ondas que podem
alterar o seu rumo de acordo com os ventos do momento.
Há um mês, por exemplo, era
dada como certa a candidatura única da oposição, com os Alves costurando um
chapão. Agora, Wilma abriu novo caminho, oferecendo nova alternativa eleitoral.
Daqui para frente, certamente, novos cenários se formarão, podendo se
consolidar ou não.
O fato é que ainda tem muita
onda para surfar, o que sugere que a sucessão estadual está completamente
aberta. O que está posto hoje, pode não ser amanhã.
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