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Ataques no Maranhão assustam Mossoró

Para início de conversa, a intenção da coluna não é assustar o leitor, muito menos incentivar o terror. Porém, faz-se necessário o alerta para o que está acontecendo no Estado do Maranhão, onde 62 detentos do presídio de Pedrinhas foram mortos (alguns decapitados) por membros de grupos criminosos que controlam o crime organizado de dentro do presídio, além do terror na capital de São Luís, com quatro ônibus incendiados (uma criança morta) e bens públicos atacados.

Ação marginal parecida com a que ocorreu no Estado de São Paulo no final dos anos 2000 e, mais recentemente, em Santa Catarina.

Os líderes do crime organizado, mesmo atrás das grades em presídios ditos de segurança máxima, continuam dando as ordens, numa prova de que não há limite para o crime e muito menos um combate eficaz por parte do sistema de segurança do País.

É o risco que Mossoró corre por ter recebido, sem reagir, o presídio federal, conhecido como “caldeirão do diabo”.

Não vai daqui a certeza de que episódios como os ocorridos em São Paulo, Santa Catarina e agora no Maranhão se repitam aqui, no entanto não se pode desprezar o risco ou fazer de conta que está tudo bem.

Observe que, desde a inauguração do presídio federal, o crime avançou na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, atingindo, por gravidade, o Estado como um todo.

O tráfico de drogas subiu a um patamar nunca antes visto, com o controle saindo dos pequenos grupos para as mãos dos grandes traficantes, lembrando que o “caldeirão do diabo” acomoda dezenas de bandidos dos morros cariocas.

Talvez, e provavelmente, isso explique, em parte, o elevado número de homicídios em Mossoró, em escala crescente desde a abertura do presídio federal.

Só nos últimos três anos (2011 a 2013), foram cerca de 500 mil mortes, quase a totalidade ligada ao tráfico de drogas. As autoridades públicas têm estudos que apontam para a presença na cidade e no Estado de facções organizadas, como o PCC, e que por aqui fincaram os alicerces do crime.

Pois bem…
Alerta feita, é preciso que as autoridades adotem medidas preventivas, para que se possa conviver com o presídio federal de forma menos traumática, uma vez que não há mais como consertar o erro de quem doou a cidade para alojar grupos criminosos.

O fato é que o risco existe, e cada vez mais próximo, porque não há limite para o crime. Se está ocorrendo no Maranhão, um Estado tão pacato quanto o Rio Grande do Norte, por que não ocorreria na terra de Poti. Vamos torcer que o risco não ultrapasse o seu limite. E rezar.


Fonte: Cesar Santos

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