Irritada com a resistência da presidente Dilma Rousseff em dar mais um ministério para o PMDB, a cúpula do partido resgatou uma ideia antiga: antecipar de junho para abril a convenção nacional que discutirá o caminho da legenda nas eleições presidenciais deste ano. Na prática, a antecipação do calendário guarda uma ameaça velada: o risco de desembarque do PMDB do governo.
O Palácio do Planalto ainda vê o gesto como blefe e, ao menos por ora, duvida de uma saída drástica como essa. O partido tem cinco ministérios (Minas e Energia, Previdência, Turismo, Agricultura e Secretaria de Aviação Civil) e quer ganhar a Integração Nacional.
O mapa atual da convenção do PMDB revela que os Estados insatisfeitos com o Planalto somam mais de 50% dos 742 votos. Há problemas no Rio, Maranhão, Amapá, Ceará, Bahia, entre outros. Presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO) disse que a ameaça de realizar pré-convenção ocorreu como reação. “Uma coisa puxa a outra.”
Em conversa preliminar na noite de segunda-feira (13) com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), Dilma afirmou que precisa contemplar outros aliados, como PTB, Pros e PSD, e evitar que eles migrem para o campo da oposição. No encontro, a presidente disse que o PSD de Gilberto Kassab está sub-representado, e que PTB e Pros ainda não tem cargos no primeiro escalão. Ambos ficaram de falar novamente.
Ao deixar a reunião, Temer seguiu para sua residência oficial, onde se encontrou com integrantes da cúpula peemedebista para comunicá-los da posição do Planalto sobre a reforma ministerial. Nos bastidores, diversos integrantes da legenda começaram a circular a proposta de antecipar a convenção partidária, alternativa enfaticamente negada pelo vice em dezembro, quando os mesmos rumores começaram a circular.
Nominuto
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