Alunos, pais e diretores
de escolas da rede estadual do Rio Grande do Norte ainda estavam receosos
quanto à greve dos professores, deflagrada ontem(29) pela categoria. Das quatros
escolas visitadas pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE durante a manhã, duas não
tiveram aulas, enquanto as demais tiveram os primeiros horários em parte das
turmas.
A diretora da Escola
Estadual Luis Soares, na zona Oeste de Natal, ainda não sabe quantos
professores aderiram ao movimento. Sânzia Barreto conta que as aulas deste, que
deveria ser o segundo dia de aulas, aconteceram até as 9h30, para os alunos do
9º ano, que não tinham professor.
O
estudante John Everton, de 12 anos, faz o 7º ano e diz que entende as
reivindicações dos professores. Mesmo assim, lamenta o fato de não ter aulas.
“É muito ruim”, diz.
No
final da tarde de ontem, o secretario adjunto de Educação, Joaquim
Oliveira, afirmou que o governo vai tomar medidas para garantir o “direito dos
alunos ao conhecimento”. As medidas, porém, não foram elencadas. Hoje, por meio
de sua assessoria de imprensa, a Seec afirmou que o anúncio deve ser feito até
o final da semana, quando a secretária titular, Betânia Ramalho, voltar de
Brasília, onde tem compromissos agendados.
Enquanto
a greve continua, pais que participam do Conselho Escolar da Escola Estadual
Floriano Cavalcante, na zona Sul, se reúnem com os professores para
buscarem soluções conjuntas. A escola não teve aulas hoje. “Estamos apoiando o
movimento, mas reivindicamos os direitos dos alunos. Sugerimos que a escola
faça uma programação cultural e artística para trazer os alunos à escola, até
para dar visibilidade ao movimento dos professores”, afirma Neuma Silva, que
tem quatro filhos matriculados na unidade.
“Infelizmente nossos
filhos acabam desmotivados. Nós compramos material e eles ficam ansiosos pelas
aulas, mas começam o ano com um choque desse. Os professores também precisam
entender que estão trabalhando com pessoas, com humanos”, diz a mãe Lúcia
Souto.
Coordenadora
do Sindicatos dos Trabalhadores em Educação, Fátima Cardoso, afirmou que a
categoria exige o cumprimento de nove pontos de pauta pactuados em 2013 com o
Estado. Uma assembleia está marcada para a próxima segunda-feira (3), quando os
servidores discutirão o movimento.
Fonte: Tribuna do Norte
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