A chapa do
acordão anunciada hoje é uma síntese da mesmice que se repete em nosso Estado
há quase 40 anos.
Em vez de olhar
para frente, o chapão da acomodação entre o PMDB e seus aliados olha para trás:
tem o apoio dos 7 ex-governadores que vêm do passado para oferecer ao povo as
mesmas e não cumpridas promessas de futuro.
Começando por
Lavoisier Maia, nomeado governador pela ditadura militar, que sucedeu Tarcísio
Maia, pai de José Agripino, prefeito biônico de Natal, também nomeado pelo
regime militar, o palanque do acordão é uma rede de nomes,
sobrenomes, parentescos, correligionários e ex-adversários novos
correligionários.
Dele não faz
parte, ainda, a atual governadora do DEM, que recebeu apoio do PMDB até o ano
passado, mas que hoje tem a rejeição da imensa maioria dos norte-rio-grandenses
e até do seu próprio partido.
Os grandes
ausentes do palanque do acordão são os projetos ou as
propostas para enfrentar os verdadeiros problemas do Estado, agravados ainda
mais nos últimos 4 anos.
Nada une o palanque
do acordão a não ser o medo político um do outro, a desconfiança mútua
entre seus membros e o vergonhoso rateio das vagas em disputa nas próximas
eleições.
Mas a falta mais
sentida neste palanque do acordão, onde se fazem ironicamente
presentes todos os responsáveis pelos destinos do Estado em
quase meio século, é o povo – os interesses justos e as necessidades reais do
povo, que sabe, hoje, não existir melhor palanque do que as ruas, e que vai
saber enfrentar e derrotar tamanha desfaçatez política, escolhendo entre a
mesmice e a possibilidade real de mudança.
Fernando Mineiro (Deputado Estadual PT-RN)
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