O PMDB apresentou
na tarde de ontem a candidatura do presidente da Câmara Federal, Henrique
Eduardo Alves, ao Governo do Estado, com o discurso de ser a opção para o que
“está aí”, de “resgate da imagem do Rio Grande do Norte”, degradado pela gestão
atual, da governadora Rosalba Ciarlini. O problema é que, para o ex-deputado
federal Ney Lopes, do DEM, um dos maiores prejuízos para a atual gestora
estadual foi, justamente, deixar o PMDB participar da gestão. Fato que a causou
prejuízos políticos/eleitorais que acabaram por dificultar sua tentativa de
reeleição em 2014.
“O maior erro de Rosalba não
foi permanecer no DEM. Foi o de praticamente entregar o seu governo ao PMDB,
que ficou com expressiva fatia na administração estadual, inclusive na área
social (Secretaria de Bem Estar), economia e outros setores, com nomeações de
mais de 300 ‘indicados’”, afirmou Ney Lopes em artigo enviado ao Jornal de
Hoje.
O ex-deputado democrata
revelou que a possibilidade de mudança de Rosalba Ciarlini ocorreu logo no
início do governo, em 2011, convidada por um partido recém fundado, o PSD –
assim, não sofreria nem questionamento na Justiça Eleitoral por troca de
partido.
“Na fundação do PSD, Rosalba
foi convidada para liderá-lo no RN. Não aceitou o convite em respeito e por
consideração à liderança de José Agripino. Ficou no DEM. Se tivesse ido, hoje
estaria com o comando de um partido, definindo as cartas e colocando-se como
opção para continuar no governo”, contou Lopes.
Segundo o ex-deputado federal,
foi a partir dessa situação que começaram as dificuldades de relacionamento
político dela com o DEM, que arcou com o pesado ônus de ser governo, sem ter
influencia. “No final, o PMDB fez o que fez. Agora, só resta para Rosalba
reconstruir a sua estrada política e fazer prevalecer à admiração e o respeito
recíproco que sempre existiu entre ela e o senador José Agripino”, analisou
Lopes.
O que não será fácil, diga-se
de passagem, uma vez que o próprio Ney Lopes ressaltou a dúvida sobre a
condição de independência de Agripino no RN. “Se Rosalba não for candidata,
como ficará o DEM, que tem uma história e uma liderança expressiva como a de
José Agripino? Será que vai prevalecer o vaticínio dos alpendres da praia de
Jacumã em janeiro passado, entre goles de uísque e baforadas de charuto, de que
José Agripino ‘estava liquidado e era apenas um liderado dos Alves. Henrique
faria com ele o que quisesse, desde que ajudasse o seu filho Felipe voltar à
Câmara?’” questionou.
Defensor do Governo Rosalba –
talvez o último do atual momento – Ney Lopes ressaltou que não devem ser
colocadas apenas na conta da atual governadora as dificuldades pelas quais
atravessa o Rio Grande do Norte. “Rosalba tem mostrado tenacidade e capacidade
de superar obstáculos, no difícil dia a dia do seu governo”, acrescentou.
0 comentários:
Postar um comentário