O movimentado último final de semana deu a impressão de
que tudo começava a se definir na política do Rio Grande do Norte.
Henrique Alves
reuniu prefeitos para lançar-se ao governo.
Vilma Faria foi
assediada por todas as tradicionais lideranças para ser a candidata ao senado,
junto com Henrique. Transformou-se na “joia da
coroa”.
Robinson Faria
reafirmou que disputará o governo pelo PSD.
Fátima Bezerra
mostrou-se determinada a disputar o senado.
José Agripino, em
entrevista à TN, colocou as “cartas na mesa”
sobre o apoio do DEM à reeleição de Rosalba.
Tudo parecia “prego batido e ponta virada”! Entretanto,
passadas as primeiras 48 horas, a atmosfera continuou turva.
Poucos sinais de
que todas as estratégias eleitorais estejam definidas e consolidadas. Os palanques
montados demonstram, claramente, um clima interno de profunda desconfiança
recíproca e excesso de peso.
Ninguém confia em ninguém.
O peso das ambições pessoais também ameaça a
estabilidade desses palanques.
Senão vejamos.
Henrique não
confia em Vilma. Teme que aconteça
em 2014 o que aconteceu no passado, quando ela rompeu com José Agripino para
apoiá-lo na candidatura a Governador do RN e terminou sendo ela mesma a
candidata.
À época até
secretaria de estado Henrique assumiu para ser o candidato ao governo, com um
arco de aliança fortíssimo liderado por Vilma, então prefeita de Natal.
Mais distante no
tempo, Henrique recorda quando Vilma igualmente prometeu apoiá-lo para prefeito
de Natal e de última hora lançou Aldo Tinoco, que o derrotou.
No PT, Fátima não
confia em Mineiro. Teme que ele
estimule a sua candidatura ao senado, apenas para eleger-se deputado federal, sempre se
opuseram internamente no partido.
Por seu lado,
Mineiro desconfia que Fátima aceite ser vice de Henrique, ou reflua para
disputar a deputação federal, como querem alguns amigos próximos dela.
O maior temor de
Henrique Alves é Vilma rebelar-se de última hora e candidatar-se ao governo,
alegando pressão dos socialistas. Nesse caso, Vilma
puxaria Fátima, formando uma chapa para enfrentar o resto dos partidos.
O PT aceitaria
tal composição, como forma de cooptar o apoio do PSB, em possível segundo turno
presidencial.
Restaria a
Henrique oferecer à Robinson a vice-governadoria, ou a candidatura ao senado. Caso Robinson
recusasse, não teria como montar o seu palanque, por falta de nomes.
A possível
resistência a tais esquemas seria a governadora Rosalba Ciarlini candidatar-se
à reeleição. Essa hipótese,
após a entrevista do líder dos democratas, José Agripino, está cada dia mais
distante.
O desejo do DEM é
aliar-se aos Alves, apoiar Vilma e priorizar a eleição proporcional. O resumo da ópera
mostra claramente, que os maiores “trunfos” políticos estão nas mãos de Vilma
Faria. Ela vem sendo
aplaudida, elogiada e apoiada pelos grupos tradicionais da política potiguar
(Alves e Maia).
Todos a cortejam
e aceitam o seu nome como imbatível na eleição de 2014. Mesmo assim, não
se sabe a consistência eleitoral de Vilma. Há profundas dúvidas. Só as urnas
dirão.
A verdade é que
Vilma, hoje, pode manobrar como queira e até desmoralizar seus antigos
opositores, que perderão o discurso para combatê-la.
Aproxima-se mais
um fim de semana, mesmo que
Henrique e “seus aliados” consigam dobrar Vilma e ela o apoie no final de
março, lançando-se para o senado, a dúvida persistirá até o último dia do prazo
para encaminhar o pedido de registro eleitoral.
Como já afirmou
Vilma: “mudando o cenário, os compromissos poderão mudar
também”.
Percebe-se,
portanto, que a “desconfiança” continuará na
atmosfera política potiguar.
Além disso, os
palanques ameaçam cair, pelo excesso de peso!
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