O PT e o PMDB nunca se bicaram. Desde os tempos de Lula,
quando os peemedebistas desembarcaram no governo depois do insucesso na
tentativa de derrotar o companheiro na campanha presidencial de 2002. Naquele
ano, o PMDB indicou o vice do tucano José Serra, derrotado por Lula.
Passadas as eleições e antes
da posse do presidente petista, o PMDB já estava pendurado na barba, mas sem
soltar as tetas do governo do PSDB, com quem ficou até o último da era tucana.
Estilo PMDB de ser, que pegou
pela frente um PT ansioso pelo Poder, gostinho que não havia ainda sentido. A
companheirada, com as suas razões, queria ocupar todos os espaços para matar a
sede de 20 anos de tentativa de poder.
O choque entre PT e PMDB foi
inevitável. Como Lula necessitava da
governabilidade, trouxe o PMDB para perto e, com raro jogo de cintura, soube
dividir o bolo entre os antigos e os novos companheiros. E, entre uma arenga e
outra, petistas e peemedebistas conviveram razoavelmente bem.
Agora, a situação se apresenta
bem delicada, Culpa-se, aí, a presidente
Dilma Rousseff, por não ter o mesmo jogo de cintura de Lula.
Ao assumir o Poder Central,
mesmo carregando a tiracolo o vice-presidente peemedebista Michel Temer, Dilma
procurou alargar mais os espaços do seu partido, assim como fazem todos os
outros governantes; daí, a escaramuça, que até hoje não se resolveu.
Piorou neste ano eleitoral, a
ponto de petistas e peemedebistas trocarem farpas de público, com faíscas
atingindo diretamente o Palácio do Planalto, colocando em risco o projeto de
reeleição da presidente.
Veja que a crise chegou a tal
ponto que os caciques do PMDB já não fazem tanta cerimônia de expor a gula por
cargos, impressão passada nas palavras do deputado Henrique Alves, ao
queixar-se que, enquanto o PMDB é subatendido (tem seis ministérios e um sem
número de cargos em todas as autarquias e Estados), o PT ocupa 17 ministérios.
Número elevado, é bem verdade,
mas também é verdade que o PT nunca ameaçou a presidente de perder a
governabilidade no Congresso Nacional, e se mantém ao seu lado de forma fiel,
como deve ser um aliado.
O sentimento que passa é que o
PMDB não tem limites na fome pelo Poder e sempre está pronto para jogar, com
todas as armas, contra quem o contraria, mesmo sendo um aliado, como é o caso
da presidente Dilma. E assim continuará, porque está no DNA do PMDB, comprovado
no seu histórico de sempre se aliar a governo, mesmo não elegendo um.
O PMDB já foi aliado do PTN de
Collor de Mello ao PSDB da Fernando Henrique Cardoso, sempre próximo do cofre.
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