Foi encarado por muita gente como “ato falho”, ou seja,
um pequeno deslize, a forma com que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tratou
a deputada federal adversária Fátima Bezerra (PT), nessa sexta-feira (21), em
evento ocorrido em Natal.
No lançamento da ”Rede Simples”, no Sebrae,
com a presença do ministro Guilherme Afif Domingos, a
governadora utilizou a primeira pessoa do plural (nossa) para tratar
a parlamentar, acrescentando uma “nomeação” popular ao possessivo:
- (…) Quero cumprimentar aqui a mulher, Fátima Bezerra, nossa
Senadora.
Ato falho?
De maneira alguma. Manifestação de tendência.
Rosalba vive um inferno astral como administradora e no
campo político. Transformou-se num estorvo para a maioria dos caciques, em
especial aqueles que a apoiaram na eleição ao Governo do Estado em 2010.
É pouco provável até que seja candidata à reeleição, por
força de questão judicial (inelegibilidade). Se insistir, não deve passar na
convenção do DEM, que botou como prioridade a eleição e reeleição de seus
candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara Federal.
Por que, então, esse afago em Fátima Bezerra, sua
adversária histórica?
Simples.
Fátima concorrerá ao Senado da República, tendo como
principal dificuldade ao projeto, a concorrência da ex-governadora Wilma de
Faria (PSB). A deputada (ou “senadora”, segundo Rosalba) é sua
adversária. Wilma, não. Transformou-se em inimiga política, imersa em picuinhas
e troca de ofensas veladas ou explícitas.
Proclamar Fátima Bezerra, que do ponto de vista
ideológico está diametralmente oposta à conduta e pensamento político seu, foi
um recado de Rosalba. Recado aos senadores José Agripino (DEM) e Garibaldi
Filho (PMDB), à própria Wilma e ao deputado federal e pré-candidato a
governador Henrique Alves (PMDB).
Acuada, excluída e extirpada do topo da cadeia
alimentar do ecossistema político potiguar, Rosalba pode agir como uma
força centrífuga, triturando tudo em sua volta.
Com o resto de capital que lhe resta, sobretudo em seu
berço político e cidadela, Mossoró, a “Rosa” tende a apostar num nome que lhe
seja “menos ruim”. Fátima Bezerra, é o caso.
Fonte: Carlos Santos
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