As benesses oferecidas pelo plano de saúde do Senado,
pago exclusivamente com dinheiro do contribuinte, são estendidas até mesmo a
senadores que foram cassados por suspeita de envolvimento em corrupção.
Documentos obtidos pelo Estado mostram que nas tabelas de reembolso constam
três notas fiscais apresentadas em nome do ex-senador Demóstenes Torres que
somadas chegam a R$ 5.362,80.
Na planilha a data referente
aos recibos é de 20 de dezembro de 2012, cerca de seis meses após o parlamentar
ter perdido o mandato no plenário da Casa por quebra de decoro. Outro caso de
político que deixou o cargo sob suspeita de desvios é o do ex-senador Expedito
Júnior (PSDB-RO).
O tucano teve o mandato
cassado pela Justiça Eleitoral sob acusação de compra de votos e abuso de poder
econômico nas eleições de 2006. Em junho de 2009 a decisão foi confirmada pelo
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e em outubro do mesmo ano pelo STF.
Júnior foi reembolsado em R$
19.238,6 pelo Senado após apresentar em junho de 2012 notas referentes a um
tratamento médico e odontológico para ele e a esposa. “Fiz uma cirurgia de
hemorroida. Foi só essa cirurgia e minha esposa fez um check-up. Mas foi
autorizado, passou antes por uma junta médica e foi feito. Acho que o Senado
que pagou, né”, afirmou ao Estado o tucano. O ex-senador Demóstenes foi
procurado na sexta-feira e no fim de semana, mas os dois celulares que
habitualmente utiliza estavam fora de área de cobertura.
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