O senador José Agripino Maia, ao levar a termo a condição
de dono do DEM, não permitindo o direito constitucional (artigo 29A) à
reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, em nome do projeto “WO” do
governadorável Henrique Alves (PMDB), não só expôs de forma bem clara como as
siglas políticas são conduzidas no Brasil, mas, principalmente, explicitou o
medo do seu candidato de enfrentar Rosalba nas urnas.
Veja bem:
Se a governadora estivesse
fragilizada eleitoralmente, como proclama o senador, em forma de justificativa
para a sua posição antidemocrática, não seria o caso de deixá-la ser candidata
como presa fácil do adversário?
Seria. Só que Agripino Maia tem
pesquisa em mãos que mostra a viabilidade da candidatura de Rosalba. Mais do
que isso: é consciente que a governadora renovaria o mandato, diante da
rejeição que Henrique sofre para a disputa majoritária, além, claro, da própria
força eleitoral da governadora.
Agripino é consciente que seu
candidato Henrique só se elegerá se for por “WO”. A mesma sondagem revela que a
popularidade do governo Rosalba está em plena recuperação, diante do volume de
obras concluídas e iniciadas em todo o Rio Grande do Norte, mostradas pela
mídia, e do modelo de gestão de mãos limpas, estabelecido depois de duas
décadas do Estado mergulhado em escândalos de corrupção.
Pelo visto, essa nova fase
administrativa não interessa ao líder do Democratas, vez que a sua determinação
é de excluir Rosalba do processo eleitoral, a qualquer custo. Isso parece bem
claro. É fato.
Agora, uma pergunta precisa
ser feita: o que Agripino ganha ao dar as costas a Rosalba e se abraçar com
Henrique?
A sua explicação de preservar
os mandatos proporcionais não justifica, porque o partido não avançaria em
nada. Ao contrário. Perderia o Governo do Estado, logo, saindo menor das urnas. E se Henrique se eleger
governador, Agripino desceria da condição de líder para liderado, deixando ao
largo o caminho da oposição para outro político trilhar.
Nesse caso, o agripinismo
passaria a ser um apêndice do aluizismo. Sem falar, claro, que a
traição a Rosalba terá, como já está tendo, enorme repercussão no segundo maior
colégio eleitoral do RN – Mossoró, casa da governadora, onde Agripino sempre
foi bem votado.
Como se pode observar, o viés
negativo parece bem mais evidente do que o positivo, por isso, volta a
pergunta: o que Agripino ganharia com a decisão de impedir Rosalba de exercitar
o direito à reeleição?
Só o senador poderá revelar os
dividendos que, pelo visto, parecem não ser políticos. As suas explicações não
convenceram até aqui.
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