Não faltaram palavras duras para Galvão Bueno na
noite desta terça-feira. Assim como todos os torcedores brasileiros, o
narrador se mostrou abatido e, até certo ponto, revoltado com a humilhação
imprimida ao Brasil pela Alemanha com a goleada por 7
a 1 no Mineirão, em Belo Horizonte (MG), pela semifinal da Copa
do Mundo de 2014. De “time de meninos” a “maior apagão da história”, as frases
fortes foram várias.
O global começou a
transmissão, como de costume, empolgado e mais parecendo um torcedor. O
sentimento, contudo, durou apenas pouco mais de 20 minutos, mesmo tempo que
levou para o sonho do hexacampeonato morrer. As críticas começaram a ser
disparadas com o gol de abertura do placar da Alemanha, chamado de “falha
grosseira” do Brasil. O pentacampeão Ronaldo também detonou a
jogada: do erro de Marcelo no campo de ataque à “bobeada” dentro da área
após a cobrança de escanteio, completada com o pé de Thomas Müller na marca do
pênalti.
A sequência de gols alemães
chegou a deixar Galvão aturdido, sem encontrar grandes palavras para descrever
o que ocorria. “É uma grande seleção contra um time de meninos”, ainda
conseguiu dizer, com a voz baixa e abatida, o global em meio ao apagão nacional.
No intervalo, o narrador decretou aqueles sete minutos como “o maior apagão da
história do futebol mundial”.
O vexame escancarado também
foi o estopim para críticas, principalmente contra Felipão. “Quatro gols
tomados e nenhuma mudança no time”, exclamou Galvão. Ronaldo, por outro lado,
apontou para a escalação inicial do Brasil: “passa tudo pela formação tática
que a Seleção entrou em campo”.
No segundo tempo, Galvão
mostrou conformismo e não encontrou muitas palavras para o aumento da
humilhação, apenas seguiu narrando o duelo com pouca animação nas cordas
vocais. Quando a torcida no Mineirão começou a ironizar a Seleção com gritos de
“olé”, o narrador saiu em defesa dos fãs: “e que não se critique o torcedor
porque ele torceu muito e está triste”, salientou.
Com o fim do duelo, as
críticas ficaram mais escancaradas e as palavras fortes foram retornando à boca
de Galvão. Primeiro, elogiou a atitude de Felipão de abraçar os jogadores:
“Felipão errou e sabe que errou, mas a atitude dele é digna agora no final”,
comentou, apesar de criticar veemente as escolhas do comandante. O narrador
aproveitou ainda, logicamente, para elogiar a atuação alemã.
Com frases como “é o dia mais
triste da história brasileira”, Galvão chegou a apresentar voz embargada pelo
vexame, principalmente após a imagem de David Luiz saindo de campo chorando e
pedindo desculpas aos torcedores. “Não adianta a gente tentar esconder ou
criar palavras que podem resumir o que aconteceu. Foi um vexame”, pontuou.
A Rede Globo ainda aproveitou
para exibir na íntegra as explicações do técnico Luiz Felipe
Scolari após a vergonhosa atuação do time. Na volta para o encerramento da
transmissão, o narrador fez um longo e último desabafo, em alguns momentos até
com resposta a explicações dadas pelo treinador, e decretou a humilhação
nacional.
“Hoje o futebol brasileiro foi
humilhado. Foi motivo de humilhação. E hoje não chegamos nem perto de cumprir a
obrigação, de lutar contra uma seleção mais forte, de dar entrega. Quanto tempo
será que vai demorar para aquele garotinho que apareceu chorando na transmissão
se recuperar do vexame de ver o time dele humilhado? O choro desse menino,
quantos anos vai demorar para se recuperar? Foi um dia de humilhação. É
esporte, tem que saber perder, mas é muito difícil saber perder”, definiu
Galvão Bueno, que pode fazer em 2014 sua última transmissão de Copa do
Mundo.
Fonte: Terra
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