A última pesquisa do Ibope para governador do Estado do
Rio Grande do Norte, com trabalho de campo de 12 a 14 de setembro, apontou o
deputado Henrique Alves com 40% de intenção de votos, à frente do seu principal
concorrente, Robinson Faria, que alcançou 31%.
No mesmo levantamento, os outros candidatos aparecem com
5% apenas. Brancos e nulos somam 14% e indecisos 10%. A margem de erro é de
três pontos de percentagem. Com esta margem, se a eleição fosse hoje, haveria
segundo turno.
Na simulação de segundo turno entre os dois mais bem
votados, o candidato peemedebista surge liderando as intenções de voto por uma
diferença de apenas quatro pontos (40% a 36%), caracterizando novo empate
técnico. Neste exercício, o “não-voto” (brancos, nulos e indecisos) soma 24%.
A Rede Band tem empregado o “Índice Band”, idealizado
pelo cientista político Antônio Lavareda, para lançar luzes sobre resultados
finais de eleições. O índice consiste em extrair a média aritmética de
intenções de voto de duas ou mais pesquisas contemporâneas e calcular os votos
válidos associados a essas intenções médias de voto.
Assim, pelo Índice Band, usando-se apenas essa mais
recente pesquisa do Ibope, pode-se projetar que a vitória numérica de Henrique
Alves sobre Robinson Faria dar-se-ia por uma placar de 52,6% a 47,4%, em votos
válidos, se o segundo turno da eleição ocorresse hoje. Entretanto, dada a
margem de erro da pesquisa, haveria empate técnico e a eventual vitória do
peemedebista não poderia ser estatisticamente assegurada.
O resultado numérico do Índice Band é o oposto do que é obtido
através de modelo mais sofisticado, da consultoria Macrométrica, dirigida pelo
ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes.
Com efeito, por esta metodologia, já explicada em textos
anteriores, se a eleição fosse hoje, Robinson levaria a melhor por 51,6% a 48,4%,
em votos válidos. Neste caso, também, ocorreria empate técnico e não haveria
suporte estatístico para se projetar Robinson como vencedor.
Estes números extraídos da aplicação da ferramenta da
Macrométrica baseiam-se na suposição de que os percentuais de votos brancos e
nulos no Rio Grande do Norte, em 2014, sejam iguais aos que foram verificados
oficialmente nas urnas em 2010, no primeiro turno (17,4%).
Na eventualidade de o total de votos brancos e nulos
aumentar no pleito de outubro próximo, para 20%, por exemplo, em função da
contínua pregação anti-política que se seguiu às manifestações de junho do ano
passado, com mais razão ainda se poderia dizer que a eleição deste ano está
empatada, pois os percentuais projetados são exatamente iguais: 50% a 50%.
Quer dizer, se a desesperança dos potiguares com a política
redundar em aumento nas taxas eleitorais de indiferença
(votos em branco) e de protesto (voto
nulo), este fenômeno não acarretará mudança na indefinição do resultado do
pleito deste ano entre Alves e Faria, mantida a atual configuração de números
da pesquisa do Ibope.
Enfim, com esses resultados do primeiro turno e segundo
turnos, o jogo fica equilibrado em decorrência das diferentes taxas de
conversão de votos de um turno para outro.
Com efeito, enquanto o líder Henrique Alves, na passagem
do primeiro para o segundo turno, não agrega votos dos eleitores descomprometidos
com as duas candidaturas líderes que vão para o segundo turno, Robinson Faria
fica com 100% desses votos, conforme mostra o levantamento do Ibope.
Fonte: Maurício Costa Romão, Ph.D.
em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional, e do
Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br, http://mauricioromao.blog.br.
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