O ex-deputado
Carlos Augusto oficializou a renúncia da presidência do Democratas de Mossoró e
a sua desfiliação do partido. Ele o fez, como é de seu perfil, de forma
responsável e organizada, entregando a contabilidade rigorosamente em dia – e
aprovada pela Justiça Eleitoral, com a prestação de contas dos exercícios de
2012 e 2013; e todo o acervo partidário, não deixando qualquer pendência para o
sucessor, no momento o deputado Leonardo Nogueira, que é o vice-presidente.
O ato põe fim à
mais longa parceria política da história do Rio Grande do Norte. Carlos Augusto
chegou a esse acampamento partidário pelas mãos do governador Tarcísio Maia, em
meados da década de 70, na época Arena, depois PDS, PFL e agora DEM. Teve a
coragem de abrir dissidência na família, deixando a liderança do deputado Vingt
Rosado para acompanhar Tarcísio.
Esse ponto,
verdadeiramente, o marco inicial de uma das mais vitoriosas parcerias na
política do Estado, que produziu nomes consagrados como o senador José Agripino
Maia, filho de Tarcísio, e a governadora Rosalba Ciarlini, esposa de Carlos.
Chega ao fim de
forma traumática, dada a forma como o herdeiro de Tarcísio tratou Carlos e
Rosalba, no recente episódio em que Agripino negou à governadora o direito
constitucional de ser candidata à reeleição, para se aliar à oposição ao
governo Rosalba, com a clara intenção de destruí-la politicamente.
O golpe, que
surpreendeu os mais céticos observadores da cena política, não permitiu
qualquer outra reação de Carlos senão a saída de sua morada política por quatro
décadas, sendo que durante 26 anos presidiu o diretório municipal do partido e
transformou a cidadela-democrata-mossoroense no porto mais seguro da vida
pública de Agripino.
Agora, sem
Carlos e Rosalba, que pedirá desfiliação tão logo conclua o mandato, e mais algumas centenas de filiados rosalbistas, o
DEM-agripinista terá de ser reconstruído, sem a certeza de que voltará a ter o
prestígio e o respeito desfrutados, até aqui, no segundo maior e mais
importante colégio eleitoral do Rio Grande do Norte.
Quanto ao futuro
do rosalbismo, certamente, uma nova sigla abrirá as suas portas, sem,
necessariamente, ter a pressa de quem tem a seu favor o tempo para decidir. Não cabe, neste
momento, avaliar quem perde e quem ganha com o fim da convivência Rosado-Maia,
uma vez que só o tempo será capaz de apresentar uma resposta.
No entanto, uma
certeza: o futuro reserva o melhor caminho a quem souber trilhar. Quem viver,
verá.
0 comentários:
Postar um comentário