O candidato a governador Henrique Alves (PMDB) vai
precisa gastar mais do que saliva para convencer os dois grupos da tradicional
família Rosado, que o apoiaram em Mossoró no primeiro turno das eleições, a
permanecerem no palanque no segundo turno.
Mossoró é o segundo maior
colégio do Rio Grande do Norte e tem peso decisivo em qualquer disputa
eleitoral. Ele não cumpriu os
compromissos, segundo reclamações que saem dos bastidores para domínio público.
A decepção é grande. E a revolta, também.
Os grupos creditam à falta de
palavra de Henrique ao insucesso nas urnas, com as derrotas das candidaturas de
Sandra (PSB) e Larissa Rosado (PSB) e de Fafá Rosado (PMDB) e Leonardo Nogueira
(DEM), à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa, respectivamente.
Para juntar “água” e “óleo”
(Rosadismo e Fafaísmo não se suportam) no mesmo palanque, Henrique Alves deu
garantias eleitorais, que asseguravam a vitória dos quatro candidatos. Só que
as garantias não chegaram e os dois grupos ficaram abandonados na reta final da
campanha. Em certo momento, faltou até combustível para os carros de
propaganda.
O caso mais emblemático é o de
Fafá Rosado.
Quando ela ameaçou sair da
campanha de Henrique, que tirou a prefeita de Areia Branca, Luana Bruno (PMDB),
para apoiar Sandra Rosado, o candidato veio a Mossoró e prometeu compensar com
o colégio eleitoral de Caraúbas, no Médio Oeste, cuja Prefeitura é controlada
pelo PMDB.
O candidato Walter Alves (PMDB), filho do ministro
Garibaldi Filho e primo de Henrique, “aceitou” abrir mão do apoio do prefeito
Ademar Ferreira, que foi “transferido” para Fafá.
De “araque”. Urnas abertas, a decepção. Fafá obteve apenas 171 votos
(1,07%), ficando na 14a colocação no município, enquanto Walter Alves foi o
campeão com 3.656 votos (29,87%).
Ou seja, o prefeito Ademar e
os Ferreiras continuaram com Walter, e o PMDB dos Alves engabelaram a
ex-prefeita de Mossoró.
As deputadas Sandra e Larissa
Rosado colocam na conta de Henrique o insucesso nas urnas. A promessa de
transferir colégios eleitorais e garantir estrutura de campanha não foi
cumprida. As deputadas esperaram até o último momento. Em vão.
A insatisfação se agravou na
última semana de campanha, a ponto de Fafá/Leonardo e Sandra/Larissa não
“colarem” os seus nomes na chapa majoritária.
A resposta apareceu nas urnas. Em Mossoró, Henrique Alves
recebeu apenas 32,25% dos votos (29.494), enquanto Robinson Faria (PSD) obteve
57,82% (52.886 votos).
Agora, livre do peso da
campanha, mas contabilizando os prejuízos, os dois grupos estão esperando a
convocação de Henrique Alves para o segundo turno. Vão colocar a fatura na
mesa. Se é que ainda existe clima para isso.
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