Segundo o professor Mardone França, a razão para que
Robinson assumisse a liderança na corrida pelo governo do Estado pode se dever
ao fato de que o vice se constituiu como alternativa de parte do eleitorado que
votou branco ou nulo no primeiro turno e, também, absorveu parte considerável
dos eleitores do professor Robério Paulino (PSOL). “Robinson deve ter ganhado o
voto desse eleitorado. Para que ele pudesse apresentar o que Ibope mostrou, ele
deve ter capitalizado esse voto do eleitor mais crítico, de tal maneira que
deixou essa vantagem que o instituto está mostrando. Essa é a única fonte onde
ele pode ter tirado votos. O número de votos brancos e nulos diminuiu e não
foram para Henrique. Foram para Robinson e deu esse valor”.
Quanto a Henrique, Mardone
considera que em que pese ele ter acalentado há muitos anos projeto de ser
governador do Estado, sendo um político com todas as condições de governar o
Estado, criando todas as condições com o grande arco de apoio estruturado em
torno de si, a opinião pública surpreende e o voto traz resultados inesperados.
“Não se pode prever com muita antecedência”, diz Mardone.
Além disso, o professor
considera que nessas eleições há um pouco do rescaldo das manifestações do ano
passado, que, na sua visão, de certa forma pegaram o RN. “Eleitores estão vendo
um Henrique talvez com essa coisa do político tradicional, com todo o apoio que
teve. Acredito que tenha pesado Henrique não ter captado o voto de pessoas que
estão descontentes com o estado de coisas no Brasil. Ele, como político sempre
em evidência no cenário nacional, o voto jovem pode está projetando que
Henrique não representa o que ele quer”, avalia.
Quanto a Robinson, Mardone
considera que, embora sendo também um político antigo, nunca teve a
proeminência nacional que Henrique sempre demonstrou. “Por isso pode ter sido
negativo o fato de Henrique projetar para o eleitorado o político nacional que
sempre esteve na linha de frente. Isso pode ter levado o eleitor insatisfeito a
não votar nele, como representante da política antiga. Mas essa é a
interpretação que faço a respeito do que o eleitor possa pensar. Tanto
Henrique, como Robinson, são preparados para governar esse Estado, mas o fato é
que, quem decide, é o eleitor”.
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