Após 44 anos na Câmara Federal (sendo os dois últimos
como presidente da Casa Legislativa), Henrique Eduardo Alves, do PMDB, negou
que deverá assumir algum ministério no segundo mandato de Dilma Rousseff, do
PT, na Presidência da República. Segundo o ainda deputado federal (fica na
condição até fevereiro), a intenção é cuidar das empresas da família e tentar
circular mais pelo Rio Grande do Norte, Estado que ele ficou longe, justamente,
devido ao trabalho em Brasília.
“Vou experimentar um pouco ser
político e empresário. Vou fazer um pouco dos dois”, afirmou Henrique Alves em
entrevista ao portal de notícias UOL. A possibilidade do presidente da Câmara
Federal assumir um ministério no Governo Federal vem sendo levantada desde o
domingo, quando ele foi derrotado por Robinson Faria (PSD) na disputa pelo
Governo do Estado.
Contudo, essa hipótese ganhou
mais força quando o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho
(PMDB), anunciou que deixaria o cargo no próximo ano. Primo de Henrique, a
saída de Garibaldi abriria espaço para uma nomeação do ex-candidato ao Governo,
que ainda é bem visto e exerce forte liderança entre os peemedebistas, partido
que divide com o PT a gestão federal.
Porém, é bem verdade que a
relação entre Dilma e Henrique nunca foi das melhores. Em 2013, o peemedebista
chegou a ser apontado pelos jornais nacionais como um dos motivadores de um
rompimento entre as duas siglas e foi visto como um dos “símbolos” do
fisiologismo na Câmara Federal, com a troca de cargos pela aprovação de
matérias de interesse do Governo Federal. A crise, no entanto, foi amenizada
pelo próprio Henrique, que foi um dos defensores da manutenção da aliança entre
PT e PMDB na esfera federal, mesmo que ela não se repetisse no Rio Grande do
Norte – o PT ficou com o PSD e o PMDB, com PSB e PSDB.
E o fato de lideranças
nacionais petistas, como o ex-presidente Lula, ter pedido voto para o
adversário de Henrique no Rio Grande do Norte, acabou sendo um ponto que causou
real insatisfação do peemedebista. Segundo o UOL, inclusive, Henrique disse ter
ficado “surpreso” e “incomodado” com a gravação de Lula no programa eleitoral
de Robinson Faria. “Fui grande parceiro do presidente Lula, muito importante
para o seu governo. Na época em que ele era presidente, meu partido tinha a
maior bancada, eu era o líder. Conversamos muita coisa para ajudar”, afirmou o
ex-candidato ao UOL.
A situação, pelo menos,
estaria superada, segundo palavras do próprio Henrique. Contudo, não há
interesse dele em assumir qualquer ministério no momento. “O deputado afirmou
que agora irá se dedicar a dois assuntos: a gestão de suas empresas de
comunicação no Estado (Tribuna do Norte, Rádio Globo e a InterTV Cabugi) e a
união nacional e local do PMDB. Afirmou ainda que pretende circular mais pelo
RN para evitar ser criticado pela ausência no Estado, o que ocorreu durante a
campanha”, narrou o texto do UOL.
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