O ano está acabando e é chegada a hora da avaliação, de
somar os prós e os contras, quem ganhou, quem perdeu. Na política, é uma regra.
Vamos a ela, então, tendo o Rio Grande do Norte como limite.
Ninguém perdeu mais do que o
deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB). Foi uma derrota seguida de outra.
Primeiro, na disputa ao Governo do Estado; depois, na tentativa de emplacar um
ministério do segundo governo Dilma (PT).
O herdeiro do governador
Aluízio Alves ficará sem cargo eletivo a partir de 1.º de fevereiro de 2015,
depois de quase cinco décadas na Câmara dos Deputados. Veja como a política reserva
momentos surpreendentes. Henrique iniciou o ano em alta. Presidente da Câmara,
terceiro homem na linha do poder do País, chegando a assumir a Presidência da
República durante a viagem da presidente Dilma e do vice-presidente Michel
Temer (PMDB). Ele podia tudo e algo mais. Assim entendia.
Daí, iniciou o plano mais
ousado da sua vitoriosa carreira política: ser o único candidato a governador
do RN, o que transformaria a disputa numa espécie de “WO”. Com a caneta na mão, em
Brasília, Henrique foi atraindo forças para derrubar seus obstáculos. A
primeira vítima, a governadora Rosalba Ciarlini. Com a ajuda do senador José
Agripino Maia, presidente nacional e estadual do DEM, o peemedebista
inviabilizou o projeto de reeleição da governadora, com o golpe aplicado por
Maia, não oferecendo a legenda para Rosalba ser candidata. A governadora estava
eliminada.
Passo seguinte: formar um arco
de aliança com todos os partidos, grandes e nanicos, definindo o “chapão” para
deputado federal e chapas distribuídas para deputado estadual. Perfeito. Porém,
um resistiu. O vice-governador Robinson Faria (PSD), em linha própria, sabia
que era possível derrotar o “acordão”, para não permitir um antidemocrático
“WO”.
Para isso, atraiu o PT da
senadora eleita Fátima Bezerra e recebeu o apoio silencioso, porém decisivo, da
governadora Rosalba Ciarlini. O golpe e a antipatia de um
“WO” foram rejeitados pelo cidadão-eleitor, que decidiu, com o voto, rechaçar o
plano de Henrique Alves. Derrotado. E, junto com ele, outros dois
caciques da política potiguar:
1 – José Agripino viu a sua
liderança desaparecer e o seu partido ficar menor, elegendo apenas dois
deputados estaduais e um federal;
2 – Wilma de Faria (PSB),
rejeitada na segunda tentativa de se eleger senadora e agora definhada
politicamente.
O trio vai ter que se
reinventar para voltar à superfície da política potiguar. 2014, para eles, foi
cruel.
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