Iniciadas em 2010 e previstas para serem entregues no
final do ano de 2013, as obras do Complexo Viário da Abolição deverão ter o
prazo de conclusão descumprido pela terceira vez. Hoje, somente os viadutos I,
III e IV foram liberados. As obras do viaduto II andam em marcha ré, com as
equipes, após "desmontarem" parte do viaduto, retirando a camada de
terra do local devido a cedimento de parte do material.
Segundo informações coletadas pela equipe do jornal O Mossoroense, com os
trabalhadores do viaduto II, que liga os conjuntos Abolição II e III, a
retirada da terra armada que dava sustentação à pista superior do viaduto teve
de ser retirada após ter cedido, fazendo o asfalto apresentar rachaduras.
Ao todo, deverão ser removidos 2 mil m³ de terra do viaduto, com prazo previsto
para reposição até o final do mês de janeiro de 2015. Entretanto, ainda não há
prazo estabelecido para a conclusão dos trabalhos de reparo no local e para
liberação para o tráfego.
Em maio, o viaduto II já apresentava falhas na estrutura como rachaduras no
asfalto e imperfeições no encaixe das peças de concreto que compõem a parede da
construção, levando motoristas que trafegavam pelo trecho a reclamarem com medo
que acontecessem desmoronamentos de concreto sobre a via.
Já o viaduto V, no Alto de São Manoel, embora tenha de passar por obras de
readequação para ser liberado, não tem nenhuma equipe de trabalho. O viaduto
chegou a ser interditado devido a irregularidades na altura da passagem elevada
da pista superior e em uma das pistas do entorno. Atualmente, somente a parte
inferior da obra está liberada para o tráfego de veículos e ainda não há prazo para
conclusão de toda a estrutura, que tem sido usada como pista de caminhada por
moradores da região.
Procurada pelo reportagem, a secretária estadual de Infraestrutura, Kátia
Pinto, não foi localizada. Questionada pela equipe de reportagem, a assessoria
da pasta não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.
Orçado em R$ 72,3 milhões, o
Complexo Viário da Abolição faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) e compreende a duplicação de 17 quilômetros na BR-304, além da construção
de cinco viadutos. A entrega do complexo teve prazo prorrogado por duas vezes,
sendo a última previsão de entrega para o final deste mês. Além dos atrasos, a
construção dos viadutos tem gerado discussões e reclamações devido à ausência
de passarelas e deficiências na iluminação e sinalização.
"Desde que começaram essa obra nós não tivemos mais sossego. A casa fica
cheia de poeira e voltar para casa ficou mais perigoso porque temos que passar
ao lado do viaduto, que é escuro e mal sinalizado. Tenho medo de assaltos e
acidentes de trânsito aqui, um motorista inclusive caiu com o carro num
buraco", disse a manicure Janice Lemos.
As reclamações da população e falhas no projeto apontadas por membros da
Polícia Rodoviária Federal fizeram com que o Ministério Público abrisse
processo de investigação sobre possíveis erros no planejamento e execução das
obras. Contudo, até hoje, nenhum audiência foi marcada para esclarecer o problema.
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