De acordo com levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil é campeão mundial em violência escolar, à frente de Estônia e Austrália. Os professores são as principais vítimas das agressões e assédios morais, que têm se tornado cada vez mais comuns em escolas de todo o país.
Em Mossoró, casos de violência dentro de instituições de ensino não são novidades para educadores e funcionários. A vice-diretora da Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel, Alda Morais, comenta que vários episódios desta natureza já marcaram a rotina dos docentes. Ela narra que no início do ano um aluno arbitrariamente agrediu um professor a socos, a vítima pouco pôde fazer para se defender.
"Já tivemos na escola o caso de um aluno reprovado que riscou todo o carro de uma professora e a ameaçou com palavras de baixo calão, dizendo que seus 'amigos' eram perigosos e ela iria se ver com eles", lembrou a coordenadora. Para Alda, a falta da presença da família e de limites para os jovens dentro de casa são os principais responsáveis pela violência no âmbito escolar.
Segundo a professora da Escola Estadual Prof. Abel Freire Coelho, Fabíola Alves, os casos de violência e assédio moral na instituição não são algo novo. Ela relembra que muitos jovens vão ao colégio unicamente para passear nos corredores e ameaçar colegas e funcionários. Conforme a docente, alguns destes alunos também consomem drogas dentro da escola, o que agrava a situação.
"Recentemente alguns estudantes foram flagrados dentro da escola fumando maconha, por uma docente e um guarda que faz a segurança da instituição. Avisados de que seriam punidos, os jovens ameaçaram a docente de morte. Ela precisou se afastar por não ter condições psicológica de continuar na sala de aula", disse Fabíola.
A coordenadora pedagógica da Escola Estadual Profª Maria Stella, Magna Maria Benevides, comenta que já foram registrados alguns casos de violência, porém a aproximação dos professores com os pais e a comunidade tem fortalecido o diálogo e facilitado a relação com os adolescentes. Para ela, a família é um importante alicerce para impedir casos de agressões dentro e fora das instituições.
"Lembro do caso de um aluno que atirou um livro contra um professor, mas este é um episódio isolado. Os pais participam da vida escolar de seus filhos ao nosso lado, e isso facilita demais. Acredito que os estudantes são reflexo do que vivem em suas comunidades, muitas crianças são expostas a um mundo onde tudo é resolvido com a violência, e levam isso para dentro da sala de aula", conclui.
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