O presidente do
Senado, Renan Calheiros, enxergou no projeto que regulamenta a terceirização de
mão de obra uma oportunidade a ser aproveitada. No esforço que empreende para
associar sua investigada figura às mais nobres causas populares, Renan não
cogita incluir a proposta na pauta de votações no mesmo ritmo de toque de caixa
adotado por seu colega da Câmara, Eduardo Cunha.
Nesta
terça-feira, Cunha se empenhará para concluir a votação da encrenca. Na semana
passada, os deputados aprovaram o texto-base. Para fechar a conta, precisam
votar os destaques, como são chamadas as emendas que visam modificar o projeto.
Concluído o processo, a matéria seguirá para o Senado.
Presidente da
Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT-RS) foi surpreendido com
um telefonema de Renan nesta segunda-feira. Deu-se durante uma audiência
pública em que se debatia justamente a proposta de terceirização. A pedido de
Renan, Paim contou à plateia o que acabara de ouvir.
“Ele está
acompanhando nossa sessão e pediu que eu anunciasse. E eu senti na voz dele
que, como está, não dá, não. Lá na Câmara foi atropelado, aqui não será
atropelado.” A CUT, braço sindical do PT, marcou para quarta um “dia nacional
de paralisação” contra o projeto. Do modo como a coisa caminha, Renan, o
investigado, ainda ainda vai virar o heroi da resistência da classe
trabalhadora.
Fonte: Josias de
Souza
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