Os políticos se sentem injustiçados quando são
avacalhados por eleitores em pesquisas de opinião, enquetes, programas de
televisão ou numa democrática fila de aeroporto. Mas eles são os principais
responsáveis pelo avacalhamento. Muitos não se dão ao respeito.
Vejamos o que ocorre hoje em
Brasília no circo armado da reforma política: Depois de quatro meses de
discussões, a Comissão Especial da Reforma Política na Câmara dos Deputados
corre o risco de ver seu relatório ignorado porque o todo-poderoso Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), presidente da casa, não gostou do trabalho do relator Marcelo
Castro (PMDB-PI).
Cunha quer agora a votação
ponto por ponto no plenário, deixando de lado o relatório dos colegas. Tem um detalhe nessa história:
Marcelo Castro foi escolhido a dedo pelo próprio Eduardo Cunha, que agora expõe
o aliado ao ridículo.
Desde sempre, a reforma
política não vai sair do papel. Deputados e senadores não se
entendem sobre sistema eleitoral, financiamento de campanha, reeleição (se
acaba ou não), tamanho dos mandatos, coligações, coincidência das eleições,
suplência de senadores, cláusula de barreira, entre outros temas.
Eles não se entendem porque só
pensam nos próprios interesses, na forma mais fácil de garantir os mandatos e
se perpetuarem no poder. Não se engane, caro eleitor:
se na próxima crise política ou no rastro de manifestações algum poderoso de
plantão falar em reforma política, não acredite. Isso é conversa para engabelar
trouxa.
Você gosta de fazer papel de
otário?
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