O problema da seca não é inédito, nem exclusivo do
Nordeste brasileiro. Ocorre com frequência, apresenta uma relativa
periodicidade e pode ser previsto com certa antecedência. A seca incide no
Brasil, assim como pode atingir a África, a Ásia, a Austrália e a América do
Norte. As secas são conhecidas, no Brasil, desde o século XVI.
Após quatro séculos o Nordeste continua sendo atingido pela seca e os governos
continuam assistindo o flagelo que ela traz, de forma imparcial e inerte.
Quando agem, usa o assistencialismo como moeda de troca. Afinal, socorrer os
sertanejos traz rendimentos políticos.
Como podemos perceber, as ações dos governos não vão de
encontro ao problema da seca, uma vez que é de curta duração e só remedia as
consequência, sem amenizar suas causa. A falta de compromisso é tamanha que até
o dinheiro dos carros pipas é desviado pela ausência de fiscalização do
governo. Para justificar a falta de empenho para o problema e garantir seu
interesses, o governo propagou que o problema da estiagem é de responsabilidade
de Deus, mais precisamente a vontade de Deus.
Ingênuo e inculto, o sertanejo acredita em tamanha
mentira. Para contradizer os políticos, basta saber que em Isabel, por exemplo,
a quantidade de chuva é bem menor que a nossa, no entanto, há produção agrícola
e controle no fornecimento de água. Outro exemplo de que os fenômenos naturais podem ser perfeitamente enfrentados é o Japão. Sabendo que pode ser atingido por
terremotos ou maremotos, realizam suas edificações com tecnologia que minimizam
os efeitos dos tremores.
Observamos que os políticos costumam fazer política com o
sofrimento e com a miséria do povo. As alternativas de produção têm e não são
implementadas porque, não existem administradores públicos sensíveis às
necessidades do povo, com uma visão de empreendedorismo capaz de desenvolver o
Nordeste e reduzir a miséria de forma concreta. Mas tudo isso requer vontade
política para definir ações estruturadoras no semi-árido. Só que concretizá-las,
significa contrariar interesses, muitas vezes situados na base de apoio
parlamentar aos governos.
É necessário entender que as inúmeras esmolas que foram distribuídas ao longo
deste tempo, em nada mudaram a condição de miséria que se encontram os
sertanejos.
0 comentários:
Postar um comentário