Em Relatório divulgado na última terça-feira (16) pela
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a ONU
aponta o Brasil como referência no combate a fome e destaca a importante
contribuição da agricultura familiar para essa realidade. Segundo o relatório,
o Brasil conseguiu diminuir em 50% o número de pessoas que passam fome e saiu
do Mapa Mundial da Fome neste ano de 2014. Políticas de fomento à produção
agrícola – como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e
o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar – PAA são citadas
pela ONU como fundamentais para esses avanços do país.
O diretor do Centro de Excelência contra a Fome do
Programa Mundial de Alimentos (PMA), Daniel Balaban ressalta que 70% do consumo
interno do Brasil é proveniente da Agricultura Familiar. Ele afirma que os
pequenos agricultores que antes largavam suas terras em busca de emprego na
cidade, hoje, graças às políticas de incentivo do governo, permanecem no campo,
recebem capacitação técnica, e, têm garantia de venda dos seus produtos.
Para a ONU, o desempenho brasileiro é um marco. Hoje, o
país tem 3,4 milhões de brasileiros que passam por insegurança alimentar, o que
representa apenas 1,7% da população brasileira. A porcentagem de 5% é o limite
que determina se um país superou o problema da fome.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) parabenizou o governo brasileiro pelos importantes passos
institucionais e, implementação de marcos legais que possibilitaram os avanços
no combate à fome no Brasil. De acordo com o coordenador residente do sistema
das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, “a insegurança alimentar é um tema
complexo, que não se resolve apenas com o aumento da produção ou da
distribuição de alimentos, mas com uma multiplicidade de ações e programas que
o Brasil vem desenvolvendo muito bem”.
Conforme o estudo, os gastos federais do ano de 2013,
com programas e ações de segurança alimentar e nutricional no Brasil
totalizaram cerca de 78 bilhões de reais. Os investimentos em programas sociais
aumentaram mais de 128% entre os anos de 2000 e 2012, enquanto a parcela desses
programas no Produto Interno Bruto aumentou 31%. Neste mesmo ano, os programas
relacionados com a produção e distribuição de alimentos, inclusive os
destinados à promoção da agricultura familiar, foram responsáveis por um sexto
do total de gastos federais em programas e ações de segurança alimentar e
nutricional.
A representante adjunta da FAO para América Latina e
Caribe, Eve Crowley disse que o Brasil é um grande exemplo para mundo por
estabelecer como prioridade nacional a causa do combate à fome.
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