A reorganização do fluxo de veículos de passageiros no
centro de Mossoró é urgente e necessária, para corrigir falhas antigas e
readequar o sistema de transporte coletivo urbano, que se prepara para receber
nova empresa e mais de três dezenas de novos ônibus.
As mudanças devem ser feitas,
isso não se discute, agora, é preciso que o
processo transcorra observando todo o contexto que envolve o centro comercial
da cidade.
A restrição de embarque e
desembarque de passageiros, determinada pela Secretaria de Mobilidade Urbana
(SEMOB), como forma de inibir a presença do transporte alternativo, precisa ser
reavaliada, para evitar o risco de provocar um problema bem maior do que a
simples concorrência Alternativos x Empresa de transporte coletivo.
Os transportes alternativos
são responsáveis pelo fluxo de consumidores de outros municípios que compram no
comércio de Mossoró. São visitantes diários
oriundos das regiões do Médio e Alto Oeste, Costa Branca, Vale do Açu, Central
e Vale do Jaguaribe, no Ceará, que colaboram decisivamente para o crescimento
da economia local. Pelo menos 500 veículos fazem linha de seus municípios de
origem para Mossoró.
Estudo da Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL), da Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM) e do
Sindicato do Comércio Varejista (SINDIVAREJO) aponta que esses consumidores são
responsáveis por cerca de 30% do movimento no comércio local. A cada R$ 100,00
em compra, R$ 30,00 saem do bolso dos visitantes.
É uma fatia considerável da
qual o comércio não pode abrir mão. Os lojistas vão reagir. Eles
encaminharam ofício ao prefeito Silveira Júnior (PSD) solicitando um novo prazo
para as mudanças, como forma de estabelecer um debate mais amplo sobre a
problemática.
A classe empresarial reclama
que não foram chamados para discutir a questão e que a gestão municipal não
levou em conta o impacto que a decisão possa provocar no desenvolvimento de
Mossoró.
Noutra ponta, não é aceitável
que os profissionais do transporte alternativo sejam tratados como “invasores”.
Trata-se de pais de família, trabalhadores que tiram o sustento da atividade.
Além do mais, eles transportam agentes do desenvolvimento econômico, que são
consumidores em potencial e que dão colaboração decisiva para o crescimento de
Mossoró.
Portanto, a melhor saída é
sentar, discutir e busca a melhor solução. Restringir a presença do transporte
alternativo no centro comercial só vai criar um novo problema, social, com
consequências que poderão ser as piores possíveis.
Fonte: Cesar Santos
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