A renegociação das dívidas dos produtores rurais do
Nordeste, o atraso na entrega do milho no estado e a redução do preço do
produto foram os assuntos debatidos na audiência da bancada federal do Rio
Grande do Norte com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e o ministro do
Turismo, Henrique Eduardo Alves, nesta terça-feira (14), em Brasília.
Segundo o coordenador da
bancada, deputado Felipe Maia (DEM), instrumentos normativos da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) permitem a venda de milho com deságio de 30%
quando a safra do produto for antiga. “A safra vendida no RN atualmente é de 2012/2013.
Então a saca que hoje sai por R$ 37,20 pode ser vendida a R$ 26,04 com o
cumprimento do desconto. A ministra pediu aos coordenadores do Ministério que a
parte técnica e jurídica fosse avaliada no sentido de conceder o desconto”,
disse.
Durante a reunião ainda foi
destacado que desde meados de junho uma baixa porcentagem do milho destinado ao
Rio Grande do Norte chegou aos armazéns do estado, deixando diversos municípios
sem estoque. “Os fretes já foram contratados, mas o carregamento não chega ao estado.
Durante a audiência, a ministra entrou em contato com a Conab, solicitou
informações sobre o motivo do atraso e pediu celeridade na entrega do milho aos
armazéns do RN”, contou.
De acordo o
deputado, o endividamento do agricultor foi gerado pela longa
estiagem, em que muitos agricultores têm sua produção arruinada e, como
consequência, deixam de pagar seus débitos. Os parlamentares destacaram que vão
reunir a bancada do Nordeste para discutir a renegociação das dívidas com o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com o intuito de suspender a execução dos
débitos e fixar novos prazos para regularizar a situação do produtor rural da
região.
“Vamos reunir toda a bancada
do Nordeste e marcar uma audiência para conscientizar o ministro de que o
agricultor, o pecuarista não tem condições de honrar suas dívidas. O produtor
não paga seu débito porque não pode e tem enfrentado anos seguidos de seca e
está sem gado, sem produção. Sabemos que o governo federal promove um ajude
fiscal, mas isso não deve estar acima da sobrevivência humana”, destacou.
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