Um cartão-postal
do inferno se desenha para o próximo verão. Ele mostra uma colossal mancha
vermelha no Oceano Pacífico e representa, segundo as agências climáticas dos
Estados Unidos e da Austrália, o fortalecimento do El Niño, o fenômeno que
semeia seca, calor e tempestade planeta afora. Dizem as agências, pode ser o
mais avassalador em 50 anos.
Se estiverem certos, um super El Niño. A mancha
vermelha sinaliza o aquecimento anormal da água do Oceano Pacífico, marca
registrada do El Niño. No Brasil, pesquisadores discordam e não acreditam que
ganhará tanta potência. Mas o fato é que ele já está entre nós.
Há sinais do El
Niño nas chuvas torrenciais que desde abril castigam o Sul do Brasil. A única
coisa boa do saco de maldades de dimensões planetárias do “menino do tempo” foi
tirar do sufoco hidroelétricas do Sul do Brasil. Mas as benesses param aí. Já
começa a chover demais para a agricultura. E junto com os períodos de chuva
prolongada vieram algumas das piores tempestades dos últimos anos na região.
No Brasil, o El
Niño afeta principalmente as regiões Sul, com chuvas torrenciais, e Nordeste,
com o agravamento da seca. Ele também costuma elevar as temperaturas de forma
geral em boa parte do Brasil. Invernos quentes, primaveras tórridas e verões
absolutamente escorchantes.
Nos últimos
dias, a Administração de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (Noaa, na sigla
em inglês) e o Serviço de Meteorologia da Austrália emitiram boletins com
alertas sobre a possibilidade de o atual El Niño se intensificar e permanecer
significativamente ativo até o fim da primavera de 2016 no Hemisfério Norte
(outono no Brasil). Isso o tornaria especialmente longevo.
— El Niños
costumam durar cerca de um ano e aí começam a perder força — observa o
climatologista do Inpe Manoel Gan.
A professora de
meteorologia da UFSM Nathalie Tissot Boiaski, que estuda o El Niño no Brasil e
tem acompanhado as tempestades deste ano, observa que o fenômeno começou em
novembro do ano passado. O que causa apreensão é a possibilidade de ele
continuar a se intensificar.
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