Em reunião com
líderes partidários, na noite desta segunda-feira (24), Eduardo Cunha fez
previsões funestas sobre Renan Calheiros. Afirmou que novas delações
complicarão a situação do presidente do Senado no inquérito da Lava Jato.
A conversa
ocorreu durante um jantar que Cunha ofereceu na residência oficial da Câmara.
Ele se disse convencido de que Renan juntou-se a Dilma Rousseff num “acordão”
destinado a garantir proteção mútua. Acha que o acerto fracassará.
Segundo a
antevisão de Cunha, as delações que incriminarão Renan, por reveladoras,
impedirão que prospere a suposta tentativa de conter o pedaço da Lava jato que
pressiona os calos do senador.
Cunha falou como
se dispusesse de informações privilegiadas. Afirmou que outros líderes do PMDB
se enroscarão no escândalo da Petrobras. A certa altura, informou aos colegas
que ele próprio deve ser alvejado por outro delator: Fernando Soares.
Operador do PMDB
na Petrobras, Fernando Baiano, como é conhecido, está preso há nove meses e já
foi condenado a 16 anos de prisão pelo juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Cunha
crê que ele será impelido a virar delator.
Na previsão de
Cunha, Fernando Baiano dirá que lhe repassou dinheiro desviado da Petrobras.
Fará isso para obter benefícios judiciais. Mas não apresentará provas. Aliás, o
presidente da Câmara reiterou aos líderes que é “inocente”.
A base da
denúncia que a Procuradoria protocolou no STF contra Cunha é um depoimento do
delator Julio Camargo, representante da Samsung em contratos de aluguel de
navios-sonda à Petrobras.
Camargo disse
ter repassado a cunha uma propina de US$ 5 milhões. Fez isso por meio de
Fernando Baiano. A prevalecer o que disse Cunha, o operador confirmará à
força-tarefa da Lava Jato que entregou o dinheiro. Mas ficará apenas no gogó,
sem provas materiais. A ver.
Fonte: Josias de Souza
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