Folha de São Paulo – Os primeiros desdobramentos
políticos da denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocaram um freio nas articulações para
dar prosseguimento a um pedido de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff.
Para dar início à manobra, os entusiastas da medida –entre
eles o próprio peemedebista, que nega publicamente– aguardavam um sinal
favorável à articulação de dois personagens: o vice-presidente Michel Temer
(PMDB) e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).
Os sinais emitidos por ambos nos últimos dias, porém, foram
em sentido contrário. Segundo a Folha apurou, Temer se mostrou refratário às
primeiras sondagens e, de acordo com aliados, não quer neste momento passar a
imagem de conspirador e golpista mesmo nos bastidores.
Após manter um silêncio cauteloso, Aécio declarou na
quinta (27) que Cunha perde as condições de presidir a Câmara se virar réu na
Lava Jato, o que estremeceu a aliança informal entre o peemedebista e o PSDB na
Casa.
Em viagem a Nova York, Cunha manifestou a deputados tucanos
descontentamento com a fala de Aécio. Recebeu a garantia de que o senador iria
a público na sexta (28) amenizar o tom da declaração, o que não ocorreu.
Por meio de interlocutores, Aécio informou a Cunha que, apesar
da garantia, não haveria como recuar publicamente da declaração, mas que
evitará repeti-la daqui para frente.
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